Miley Cyrus completa 30 anos: relembre momentos icônicos da carreira da cantora

Miley Cyrus é, sem dúvidas, uma das artistas da indústria que os fãs mais acompanharam o crescimento. 

Desde os 11 anos, quando foi escalada para interpretar Hannah Montana, até as desilusões amorosas da adolescência envolvendo Nick Jonas e outras estrelas do Disney Channel, além o relacionamento de dez anos entre idas e vindas com Liam Hemsworth, polêmicas familiares e descobertas sobre sua sexualidade, feminilidade e gosto por moda, tudo sobre sua vida pessoal e profissional foi noticiado e explorado nos moldes do que se consumia sobre a cultura pop na virada dos anos 2000 para os anos 2010.  

Mas, certamente, o que mais marcou e mais ficará na memória de quem acompanhou cada passo da estrela adolescente se tornando uma mulher adulta ao longo dos anos, é a música.

 Dos hits infanto-juvenis como Hannah Montana, que levavam milhares de crianças para shows de arena, até momentos disruptivos da carreira com o intuito de tentar se dissociar da imagem infantil do “Modelo Disney”, ela encontrou sua voz ao mesmo tempo em que a ecoou nos corações de milhares de fãs ao redor do mundo. 

No aniversário de 30 anos da estrela, que rompeu as barreiras com o passado e adentrou a indústria adulta da música sem esquecer suas bases, relembre momentos icônicos da carreira de Miley Cyrus

Hannah Montana

Apesar de viver no imaginário nostálgico do público, a série que catapultou Cyrus para o estrelato para interpretar a estrela adolescente que cantava sob uma peruca para tentar viver uma vida normal durante o dia teve apenas quatro temporadas, de 2006 a 2010. 

A série foi um sucesso imediato, explorando a veia de comédia de Miley, Lily, Jackson e seu pai, Billy Ray, alcançando grandes números em audiência não apenas nos Estados Unidos, mas ao redor do mundo, já que foi transmitida por outras emissoras. Em seus episódios, Hannah Montana recebeu convidados como Dolly Parton, os jovens Jonas Brothers, Austin Butler, Dylan e Cole Sprouse, Selena Gomez, Ray Liotta, The Rock, Ashley Tisdale, Raven-Symoné e outros. 

Além da série para a TV, ‘Hannah Montana’ gerou três filmes e muitos hits, como a música-tema ‘The Best of Both Worlds’, ‘Nobody’s Perfect’, ‘He Could Be The One’, ‘I’ll Always Remember You’ e o tema da última produção para o cinema, ‘Hannah Montana: O Filme’ (2009), que a acompanha nos shows até hoje, ‘The Climb’

See You Again

Para além de ‘Hannah Montana’, Miley Cyrus tentava encontrar a própria identidade. Em carta aberta à personagem em 2021, quando completou 15 anos da estreia do primeiro episódio, a cantora confessou que não se sentia valorizada sem a peruca loira na época em que a interpretava. 

Em 2007, foi lançado o ‘Meet Miley Cyrus’, baseado na sonoridade pop-rock que dominava os anos 2000, encabeçado pelo single ‘See You Again’, que alcançou a décima posição da Billboard Hot 100 e marcou a primeira entrada da cantora na parada sem estar nomeada como sua alter-ego. Na turnê, que mais serviu como divulgação de sua série de origem, intitulada ‘Best of Both Worlds Tour’, ela intercala momentos como Hannah e como Miley

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7 Things

O namoro de Miley Cyrus e Nick Jonas parecia encaixar tudo de melhor na indústria. Eram duas estrelas jovens, talentosas, já muito bem sucedidas, formavam um casal fofo e todos queriam saber sobre eles, afinal quem não adora um crossover de dois mundos? O término, porém, marcou bastante a adolescência da cantora, especialmente pelo lançamento de ‘7 Things’, sua primeira música sobre um coração partido. 

Intercalando momentos suaves, que marcam a paixão adolescente, com uma letra ácida, a cantora fez os adolescentes de todo mundo cantarem sobre sua dor, mas não há nada mais icônico do que o clipe, onde ela usa um colar que ganhou dele e uma foto de ambos em que Nick aparece com o rosto tampado, o qual já conta com quase 300 milhões de visualizações no Youtube

Em 2022, ela revisitou a canção em um novo arranjo para o álbum ao-vivo, ‘ATTENTION: MILEY LIVE’

Party in the U.S.A

Hino definitivo da carreira de Cyrus, todos os anos ‘Party in the U.S.A.’ tem um pico de vendas no iTunes e streams no dia 4 de Julho, que marca a independência do país. 

Faixa que conta com mais de 1 bilhão de plays no Spotify, escrita por Jessie J, é cheia de referências à ícones da cultura pop, como Britney Spears e Jay-Z, além de uma batida de bateria que faz um aceno ao pop oitentista de Michael Jackson.

Primeiro single do EP, ‘Time of Our Lives’, que também chegou com ‘The Climb’ e ‘When I Look At You’, música tema de ‘A Última Música’, filme onde conheceu Liam Hemsworth, ‘Party in the U.S.A.’ estreou em segundo lugar na Billboard Hot 100 e também foi marcada por polêmicas. Durante uma apresentação no VMA de 2009, Miley fez uma breve dança junto à um pole dance, que foi considerada sexy demais para sua audiência predominantemente adolescente.   

Can’t Be Tamed

Miley Cyrus ainda era uma estrela contratada da Disney quando desejou explorar outros caminhos. Enquanto a última temporada de ‘Hannah Montana’ ia ao ar, ela lançou o ousado single ‘Can’t Be Tamed’ já explorando um estilo de pop mais dançante, mas também mais sombrio. 

No clipe, a cantora aparece como uma espécie rara de ave que está presa em uma grande jaula. Enquanto canta sobre ninguém poder controlá-la ou jogar com sua imagem, críticas que a Disney já recebeu de outras cantoras, ela veste collants curtos e apertados, o que também marcou a Gypsy Heart Tour, que acompanhou o álbum. 

Apesar da canção ter estreado em oitavo lugar na Billboard Hot 100, prometendo um sucesso estrondoso para o álbum que marcou sua maturidade, foi o início real das polêmicas em torno de sua carreira, uma vez que rádios vinculadas à Disney deixaram de tocar suas canções e a própria Miley não voltou a estes espaços para promovê-las até meados de 2017. 

Um claro aceno à futura liberdade da cantora, o álbum de mesmo nome conta com ‘Liberty Walk’ como ato de abertura. 

Wrecking Ball 

Em 2012, Miley Cyrus cortou o cabelo e o resto é história. 

Brincadeiras à parte, a mudança de visual da cantora, que adotou um loiro mais platinado que a acompanha até o momento, foi o primeiro de uma série de atos pensados para quebrar de vez a imagem infantil relacionada à Disney

Relativamente mais simples do que ‘We Can’t Stop’, primeiro single da era ‘Bangerz’ já disruptivo por si só ao assumir sua personalidade ‘party girl’, ‘Wrecking Ball’ foi inteiramente pensado para chamar todas as atenções apenas por ter Miley Cyrus nua balançando sobre uma bola de demolição, novamente cantando sobre um coração partido. 

Detendo o recorde de vídeo mais assistido do Youtube em 24 horas na época, com 19.3 milhões de acessos, ‘Wrecking Ball’ chegou ao #1 da Billboard Hot 100 e levou Miley Cyrus a vencer o VMA de Clipe do Ano em 2014, quando já estava na estrada a Bangerz Tour, a mais lucrativa de sua carreira. 

Nessa época, Miley enfrentou outros tipos de polêmicas, uma vez que o álbum ‘Bangerz’ trazia elementos sonoros e visuais apropriados da cultura negra. 

Miley Cyrus & Her Dead Petz

Em 2015, Miley Cyrus se juntou ao The Flaming Lips, de Wayne Coyne, para conferir cores, texturas, brilhos e sonoridade à sua era mais fora da caixa. De surpresa, a cantora lançou o projeto ‘Miley Cyrus & Her Dead Petz’ de graça e paralelo ao seu contrato com a RCA Records, em sua conta oficial do Soundcloud

O álbum foi uma viagem experimental para Miley, totalmente inspirado em pop melancólico, debochado e psicodélico sobre uma base de instrumentais em uma combinação estranha à primeira vista. Apesar de na época o projeto ter sido recebido de forma mista entre os críticos especializados, foi elogiado por Elton John, o qual, por conta da surpresa do direcionamento musical e experimental da cantora pop – até o momento -, disse que “aquilo poderia ter sido feito nos anos 60”

Atualmente, a visão sobre o álbum é totalmente diferente da época e o mesmo detém algumas favoritas dos fãs, como ‘BB Talk’, que especuladamente se refere ao breve relacionamento de Miley com Patrick Schwarzenegger, além de momentos marcantes como ‘Twinkle Song’ e ‘Fweaky’.

Malibu 

Provavelmente uma das fases que mais divide os fãs de Cyrus, a era ‘Younger Now’ foi inaugurada por uma Miley de cara limpa, na praia, apenas aproveitando o sol de Malibu e o seu relacionamento com Hemsworth, que finalmente engrenou após idas e vindas em suas fases conturbadas. 

Levada por uma guitarra elétrica indie, a faixa ‘Malibu’ chegou no período que a cantora passou por um processo de revitalização de sua imagem junto ao público americano. Em conjunto com sua participação semanal no The Voice, a cantora utilizou a era de inspiração country-pop para relembrar ao seu público que, por trás de todo o figurino, maquiagem pesada, pele nua e explorando de sua sexualidade livre, havia uma cantora de verdade com origens em Nashville.  

A faixa ‘Malibu’ marcou outra entrada de Miley no top 10 da Billboard Hot 100, mas a era não vingou para muito além disso, tendo algumas boas apresentações ao vivo de canções como ‘Bad Mood’ e ‘Week Without You’ em figurinos inspirados nos anos 70 de Elvis Presley

Nothing Breaks Like a Heart 

Em parceria com Mark Ronson, Cyrus deu continuidade às suas canções de inspiração country com a dançante ‘Nothing Breaks Like a Heart’.

Exaustivamente promovida no ano de 2018 em programas ao vivo, a faixa, que compõe o álbum do produtor, ‘Late Night Feelings’, marcou o retorno de Miley às boas avaliações críticas e chegou ao #4 lugar em vendas do Reino Unido, seguindo como um dos maiores sucessos da cantora no Spotify, onde conta com quase 700 milhões de streams. 

No clipe, ela aparece dentro de um carro, como uma estrela pop perseguida pela mídia, enquanto o mundo ao redor desaba em problemas reais, como abuso infantil, racismo, posse de armas e consumo desenfreado. No fim da perseguição, o carro da estrela capota como o de outras na vida real, como a Princesa Diana

Mother’s Daughter

No ano de 2019, Miley Cyrus anunciou que lançaria três EPs em uma sonoridade mais pop-urbana, algo que estava consumindo no momento. Apesar de não ter ido adiante com a era ‘She’ em razão de questões pessoais, que envolveram o incêndio de sua casa na Califórnia e o fim de seu casamento com Liam Hemsworth, além do desejo de mudança de sonoridade, dessa leva saiu uma das queridinhas dos fãs, ‘Mother’s Daughter’

A faixa marca uma fase mais empoderada da cantora, tanto lírica quanto visualmente, agora que tinha tomado as rédeas de sua liberdade. Enquanto o clipe mostra mulheres de todos os tipos físicos, assim como a mãe de Miley, Tish Cyrus, a mesma aparece vestida como Joana D’Arc, além do marcante figurino vermelho de látex. Símbolos e frases feministas também são vistos no clipe. 

‘Mother’s Daughter’ marcou o retorno dela às premiações ao vencer o VMA de Melhor Direção de Arte e Melhor Edição pelo clipe. Além disso, o remix da faixa em colaboração com Wuki, foi indicado ao Grammy

Plastic Hearts

Após muito deleitar os fãs e acumular elogios até de não fãs por seus diversos covers de rock durante a carreira, Cyrus, finalmente, chegou de vez ao gênero. Em 2020, através de um vídeo que reunia muitos comentários nas redes sociais dizendo que a cantora deveria investir no rock, foi anunciado o álbum ‘Plastic Hearts’. 

Novamente, Miley Cyrus cortou o cabelo, adotando um mullet rebelde, que referenciava a fase de inspiração oitentista que viria, repleta de maquiagens pesadas, muito brilho e atitude. Apesar de ser um período onde ela se utilizou muito da moda para se expressar, algo que segue fazendo, também trata-se de um momento onde o microfone sempre esteve à frente, desde o primeiro clipe, para o single ‘Midnight Sky’, que utilizou uma base do hit de Stevie Nicks, ‘Edge of Seventeen’, até as performances ao vivo. 

Durante a pandemia, o álbum marcou a primeira entrada da cantora na Hot Rock & Alternative Songs com sete canções, além de chegar ao topo do Top Rock Albums, alcançado por apenas quatro mulheres naquele ano, e em segundo lugar na Billboard 200

Foram incluídos os covers de ‘Zombie’ (The Cranberries) e de ‘Heart of Glass’ (Blondie), elogiados por membros das duas bandas, além de colaborações com Joan Jett em ‘Bad Karma’, coescrita pelo produtor das The Runaways, Kenny Laguna, Billy Idol em ‘Night Crawling’, Dua Lipa em ‘Prisoner’ e a própria Stevie Nicks em uma mash-up de suas duas canções, resultando em um projeto que já acumula mais de 2 bilhões de streaming no Spotify

A era mais bem avaliada também foi responsável pela terceira edição do ‘Miley Cyrus Backyard Sessions’, desta vez transmitida como um ‘MTV Unplugged’ pelo canal, por conta da pandemia, deixando claro quão marcantes são seus covers, tanto para si mesma quanto para os fãs, que são apresentados ao seu gosto musical e a novas possibilidades de artistas para consumir. 

Reprodução/Instagram Miley Cyrus

Lollapalooza Brasil

Em Março de 2022, Miley Cyrus chegou ao Brasil para um show que fez história no Lollapalooza. Muito aguardada devido ao hiato de oito anos sem voltar ao país (desde a Bangerz Tour), a cantora levou cerca de 103 mil fãs ao Autódromo de Interlagos, o maior público do Festival até então, surpreendendo até mesmo os organizadores do evento. 

Apesar de ser um dia bastante emotivo para Miley devido ao falecimento repentino do músico, Taylor Hawkins, seu amigo pessoal, que foi homenageado durante a execução de ‘Angels Like You’, também foi um dia marcante para os fãs que conseguiram colocar ‘Mother’s Daughter’ na setlist e ver a loirinha dividindo o palco com Anitta para ‘Boys Don’t Cry’.

Enfim, tudo o que se sabe até o momento é que Miley Cyrus irá explorar novamente a vertente do rock alternativo em seu próximo álbum, que deve chegar em 2023, mas o que é praticamente certo é que ela sempre voltará com uma canção para marcar os fãs de forma permanente, agora em seus 30 anos.

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