Doralyce lança single “Vá e leve”

“Vá e leve”, novo single da cantora e compositora pernambucana Doralyce, é daquelas músicas para se ouvir lembrando de um grande amor que se foi em meio ao destino. É sobre o fim de uma trajetória e sobre recomeço. É para chorar e se libertar. Nela, a intensidade e pureza dos sentimentos do eu-lírico nos comove a cada verso e em toda a interpretação sensível de Dora. A faixa, produzida pela própria artista tem direção musical de  Dudu Souto, violões de Renato Piau e piano de Sir Lucas. “Vá e leve” chega hoje, nos aplicativos de música através do selo Colméia 22, com distribuição da Altafonte.

“Com essa música quero encorajar outras pessoas a encararem suas realidades como ciclos e entenderem que a vida está em movimento o tempo inteiro e nós também estamos. A gente precisa se abrir para o novo e para isso, na maioria das vezes é necessário fechar uma porta do passado” opina Doralyce.

Ela acrescenta que a canção aborda uma despedida com leveza, com gratidão e com um amor para além do momento. “É muito especial uma mulher preta falar de sentimentos porque o lugar de falar o que sente sempre nos foi negado por essa sociedade racista e misógina. As dores que atravessam a comunidade preta são parecidas e acho que as mulheres que precisam encerrar um ciclo  vão se identificar com ‘Vá e leve’ como uma canção de cura”, acredita. 

Doralyce tem tocado bastante violão durante a pandemia e foi praticando, dedilhando em busca das notas, que compôs “Vá e leve”. Se inspirou em clássicos de Cássia Eller, Mart’nália, Tim Maia e Luiz Melodia Por isso chamou Piau, que já tocou com todos esses nomes, para trazer o tom certo no violão de aço. 

Desta vez, Dora apresenta um jeito de cantar e temática diferentes do que seu público está habituado. “Todo mundo me conhece como pedreira e agora eu me revelo cachoeira”, resume.

A artista, ativista e empresária Doralyce  é fundadora do selo Colmeia22, voltado para o agenciamento de artistas que fazem parte de minorias sociais. Em seu catálogo constam lançamentos como Bia Ferreira, Tyaro, Bixarte e Júlia Tizumba. Doralyce, com seu trabalho dentro e fora dos palcos, se propôs a fazer parte de uma revolução feminista e usar a música como sua principal arma. Seus shows são um ritual de som, dança, poesia e fé. Sua sonoridade, a da cultura popular brasileira. Entre suas composições estão os hinos “Miss Beleza Universal” (cantado nos quatro cantos do Brasil) e a versão feminista da música “Mulheres”.

Sua obra é pura libertação e emancipação da mulher afrolatina, questionando os padrões de beleza, democracia, o lugar da mulher, e o papel da arte para visibilizar as vozes que foram historicamente silenciadas. Doralyce já se tornou uma referência na construção do legado intelectual negro, sendo interpretada por grandes artistas como Bia Ferreira, Gaby Amarantos, Preta Rara e incontáveis rodas de samba e blocos de carnaval (Malunguetú, Tambores de Olokun, Charanga Talismã, Agytoê, Samba Independente dos Bons Costumes, Samba Que Elas Querem).

Libriana, pernambucana e reluzente, cresceu na Zona da Mata canavieira de seu estado, na poesia de Palmares e no sítio histórico de Olinda sob a influência do “OlindaStyle” e “Manguebeat”.

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