De acordo com uma reportagem do The Washington Post, os CDs representam uma porcentagem muito pequena do faturamento da indústria da música: cerca de 3% registrados em 2022 (muito menos dos expressivos 96% em 2002, por exemplo) e não tiveram um ressurgimento similar ao dos discos de vinil. No entanto, eles conquistaram uma base de usuários devotos formada por jovens adultos que chegaram à maioridade muito depois do auge dos CDs. Esse grupo pequeno, mas dedicado, “continua amando o disco compacto e espera por um renascimento”.
A publicação aborda, a partir do depoimento de alguns fãs, como muitos colecionadores estão envolvidos em fanbases, onde a compra de CDs seria “uma extensão do seu amor pelo seu músico ou banda favorita”. Se um fã compra um CD, ele está apoiando seu músico favorito mais do que centenas de reproduções em streaming, e isso explicaria a compra mesmo por aqueles que sequer possuem um rádio ou “tocador” compatível com esse tipo de mídia. As bases de fãs de alguns gêneros parecem ser especialmente atraídas pelos CDs, como o country e o K-pop, sendo dois dos mais fortes, revelou Jon Strickland, vice-presidente de vendas da “Sub Pop Records”.
Outro motivo possível para a “cultura de colecionismo” seria simples: as pessoas gostam de objetos, e esses objetos são relativamente baratos (pelo menos nos Estados Unidos). Além disso, os CDs são mais fáceis de guardar e (bem) menos caros do que discos de vinil, agora considerando principalmente nosso cenário nacional.
Para a reportagem, independentemente de os CDs voltarem a atingir ou superar as vendas de vinil, o meio físico, surpreendentemente ou não, parece estar bem longe de sumir do gosto do público, principalmente considerando os fãs mais apaixonados por música (e artistas). A capacidade de segurar, tocar e possuir permanentemente a música ultrapassa gerações, e os ouvintes apreciam o velho ritual de interagir com a arte além de simplesmente apertar o play.
