Mais madura e mostrando evolução, Halsey entrega seu maior projeto da carreira; confira o review

Halsey manteve segredo sobre suas novas músicas e a espera valeu MUITO a pena. “If I Can’t Have Love, I Want Power” é possivelmente o melhor trabalho da artista e uma dos maiores lançamentos do ano. Com influências do rock e produção de Trent Reznor e Atticus Ross, a cantora prova que nasceu para o rock n’ roll e entrega um álbum diversificado, versátil e com composições maduras.

O sucessor do “Manic” conta uma belíssima história de empoderamento feminino e maternidade, mostrando uma grandiosa evolução musical e pessoal de Halsey. Suas letras são o grande destaque do projeto, fazendo ótimas metáforas e referências, e dedicando várias de suas canções à seu filho Ender. Por falar nisso, as faixas escritas diretamente para ele são as maiores do álbum todo, com exceção de “honey”, que fala sobre uma mulher selvagem e é simplesmente maravilhosa.

Halsey: If I Can't Have Love, I Want Power Album Review | Pitchfork
Capa belíssima do “If I Can’t Have Love, I Want Power” (Reprodução/Divulgação)

Ouvindo todo o “If I Can’t Have Love, I Want Power” você perceberá que as faixas de interligam umas com as outras e não estou falando apenas de transições musicais, que ocorrem algumas vezes e são incríveis. Estou falando de uma história sendo contada, com início em uma música que fala sobre o feminino e seu poder, passa por declarações de amor, saúde mental e finaliza no seu verdadeiro amor, seu filho.

The Tradition

QUE INTRODUÇÃO! Provando que não veio para brincadeiras, Halsey já chegou com tudo na primeira faixa do álbum e entregou uma vibe dark, assustadora e também arrepiante. Com um dos refrães mais marcantes de todo o projeto, a cantora está mais empoderada do que nunca e fazendo uma possível metáfora com sua turbulenta vida de celebridade.

Bells in Santa Fe

A letra é o ponto forte da música, falando sobre assuntos delicados e diretos. Obviamente, foi proposital a produção ser mais “simples”, focando na voz da cantora, mas, embora tenha curtido, achei que podia ter rolado uma pequena mudança, nem que fosse mais para o final, só para não ficar tão monótona.

Easier than Lying

Transição marcante, é disso que eu gosto em um álbum! E o rock, finalmente, chegou com tudo agora! Como um típica faixa do gênero, naquele estilo bate cabeça, Halsey entregou tudo o que eu estava esperando dessa nova era. Mais um refrão marcante, produção incrível, caos e mais caos, no bom sentido, é claro, e voz. Ela nasceu para o rock!

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Lilith

Uma das faixas que estava mais ansioso para escutar e não atingiu minhas expectativas. Longe de ser ruim, na verdade ela é perfeita, liricamente falando. Amei as metáforas e citações à Lilith. Porém, sonoramente não me agradou tanto, embora o refrão seja interessante de se escutar. Me lembrou alguns trabalhos antigos da Halsey, principalmente do início da carreira, uma pegada mais alternativa, mas a produção deixou a desejar, infelizmente.

Girl is a Gun

Não esperava uma música assim dentro do álbum, mas foi uma das primeiras que eu amei logo de cara e super combinou com o restante da tracklist. Deixando aquele rock clássico de lado, aqui nós temos uma produção mais dançante, “bagunçada”, beirando o eletrônico alternativo.

You asked for this

Como um grande clássico do rock, essa faixa tem uma vibe nostálgica e, ao mesmo tempo, é muito Halsey. O refrão deixa tudo isso mais evidente e outro grande destaque é o último verso cantado pela artista, principalmente a última frase, onde ela afirma: “eu quero tudo o que pedi“. Nem chegamos na metade e ela já entregou de tudo um pouco, provando versatilidade, evolução e maturidade.

Darling

Temos balada e, por coincidência ou não, é uma das minhas favoritas de todo o álbum. Acredito que ela escreveu essa música linda para seu filho, Ender, e isso me deixa mais apaixonado ainda. Tudo aqui é perfeito, principalmente a composição, mas possui um ótimo refrão, com ótimos versos e uma ponte que, pasmem, me lembrou Taylor Swift. Já está salva no meu Spotify, #1 nas minhas playlists e morando no repeat.

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1121

Mais uma música linda, com ótima composição e dedicada ao seu filho. Sonoramente já é incrível, com uma ótima produção e provando, mais uma vez, que ela nasceu para o rock, mas o destaque aqui está na letra e sua história por trás. Halsey canta sobre o medo de perder seu bebê, pois estava com COVID-19 quando descobriu que estava grávida, e isso deixa tudo mais lindo e emocionante. Feita para chorar.

honey

A MELHOR!!! Pop, rock, punk, vintage, Halsey e icônica, acho que isso é tudo o que posso falar dessa música. Com certeza a galera vai amar “honey” e será uma das faixas mais legais de se ouvir ao vivo. Lembra o estilo de “3am”, do “Manic”, o que eu amo e esperava ver no “If I Can’t Have Love, I Want Power”.

Whispers

Halsey segue provando que veio com tudo para entregar um possível álbum do ano e em “Whispers” ela deixa isso mais claro ainda. Falando sobre saúde mental e autossabotagem, a cantora entrega mais um composição de altíssima qualidade e uma versatilidade incrível ao longo dos pouco mais de três minutos de duração. O que são os sussurros, feitos por ela mesma, para representar as vozes que ficam em sua cabeça? Talento puro!

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I am not a woman, I’m a god

Todo review meu tem uma faixa como essa e eu sempre falo, basicamente, a mesma coisa. Não gostei dessa música na primeira vez que ouvi, mas vem crescendo a cada ouvida e agora já acho uma escolha interessante para single. Ok, não acredito que mereça ser logo o lead single da era, mas é interessante, tem um refrão que pode agradar boa parte do público, tem a essência da Halsey e ainda entrega, mais um vez, uma ótima composição. Me desculpem por elogiar as composições em TODAS as faixas, mas elas estão tão incríveis e maduras que eu estou simplesmente apaixonado.

The Lighthouse

Produção e vocais nota 10! Essa música tem uma pegada um pouco assustadora, mas de uma forma diferente de “The Tradition”. Sinto uma mistura de filme de terror, com um pouco de sensualidade, uma vibe meio “American Horror Story” e “Verdades Secretas”. Deu para entender minha viajada? Acredito que seja difícil acompanhar minhas reações… mas eu prometo que faço todas 100% sóbrio. Vale ressaltar demais o final da faixa, com a guitarra estridente e sussurros ao fundo falando: “e as ondas quebram“.

Ya’aburnee

Assim como começou, Halsey encerrou o “If I Can’t Have Love, I Want Power” majestosamente. Em uma carta aberta ao seu filho, Ender, a artista se declara e traça um futuro ao seu lado, até o dia em que não estará mais presente. Possui uma das letras mais lindas de todo o projeto e supera todas as composições que eu já aclamei aqui – total de 13 mesmo. Em questão de produção, o intuito aqui é focar apenas na voz da cantora, deixando um “som ambiente” ao fundo, o que deixa a experiência ainda melhor.

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