Duas das vozes mais potentes da música contemporânea se encontram em “Mais discreto”. Angélica Duarte e Juliana Linhares despejam intensidade e talento neste single de apelo pop e trajado de rock’n roll. Produzida pela própria Angélica e Lourenço Vasconcellos, a faixa faz parte de “Hoje tem”, álbum de estreia de Angélica, que pelo que vem sendo apresentado, promete impactar a nova cena brasileira. Um clipe cheio de estilo, beleza e atitude dirigido por Caio Riscado acompanha o lançamento.
“Escrevi essa letra bastante magoada com o fim de uma relação. Essa fase de luto foi muito criativa, pois tive solidão e tempo para processar os meus sentimentos. Compartilhei a poesia com a Gabi Buarque e ela me trouxe essa melodia maravilhosa. Escrevi pensando num bolero, em Nana Caymmi e ela me trouxe algo mais gritado, escancarado, que caiu como uma luva para o texto”, lembra Angélica.
A cantora acredita que fomos instruídos a nos apaixonar de forma fervorosa e a aceitar que só teremos um grande amor para a vida toda. “E partindo deste ponto de vista, o fim de uma relação causa um luto muito grande. Esse rombo emocional pode nos fechar para boas experiências, mas também nos faz olhar pra dentro e entrar em contato com nosso desejo, nossa intimidade”, defende.
É exatamente sobre este universo que fala “Mais discreto”: superar as dores, o rancor e as mágoas para se reerguer. Um desprendimento da fantasia, das ilusões adolescentes, dos sonhos de princesa. E ninguém melhor para dividir os vocais de uma história como essa do que Juliana Linhares.
No clipe, a interpretação de ambas é caprichosa, assim como o figurino assinado por Carla Ferraz. “A partir da narrativa da canção, que sugere o rompimento de uma relação a dois, o filme subverte a ideia da fossa ao transformá-la em festa. No lugar de sofrer em silêncio ou de maneira modesta, Angélica Duarte e Juliana Linhares se arrumam para celebrar a finitude das coisas”, conta o diretor Caio Riscado.
Para ele, na atualidade em que o debate sobre relacionamentos tóxicos se faz urgente, é preciso pouca discrição e muita afetação. “Nesse sentido, as cantoras abraçam suas dores e nos convidam a sofrer em voz alta e, se possível, gargalhando. As pessoas-lixo passam, mas a gente fica”, resume.