Uma das quatro principais categorias do Grammy Awards, o “Best New Artist” (ou “Artista Revelação”) é sempre motivo de muito prestígio entre seus indicados e vencedores. Porém, é sempre também cercado de muito medo.
Sim. Reza a lenda que quem leva o prêmio não consegue mais emplacar mais hits e é vagarosamente esquecido no decorrer dos anos. Baseados nisso, alguns fãs preferem, inclusive, que seu ídolo não saia ganhador da categoria, ou até mesmo nem seja indicado.
A maldição é sim verdade. Pelo menos, em partes. Vamos começar pela ganhadora mais recente, Alessia Cara. Logo após receber a honra, a canadense foi bombardeada nas redes sociais, onde vários internautas a acusaram de ter “roubado” o prêmio de SZA. Ela, inclusive, teve que se retirar um pouco da mídia por conta disso.
Passado o tumulto, Alessia lançou no ano passado seu segundo álbum, “The Pains of Growing”, que amargou em vendas e streaming. O disco debutou em #71 na Billboard 200 e não conseguiu nenhum sucesso, assim como aconteceu com seu álbum de estreia, o “Know-It-All”, de 2015.
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Agora vamos para 2017. Chance The Rapper foi o primeiro artista a conseguir o prêmio por uma mixtape, “Coloring Book”, de 2016. Ele bateu Kelsea Ballerini, The Chainsmokers, Maren Morris e Anderson Paak.
A verdade é que ainda nem deu tempo de Chance mostrar a continuidade de seu trabalho. Ele ainda não lançou um álbum, ou mesmo outra mixtape. Só uma música aqui e outra ali. O rapper ainda não é grande fruto do mainstream, mas tem uma legião de fãs bem fieis. 2019 está aqui e só agora conseguiremos tirar maiores conclusões.
Meghan Trainor. Ah, Meghan Trainor. Depois de um debute estrondoso com seu álbum “Title”, em 2015, tendo como carro-chefe o smash hit mundial “All About That Bass”, a americana conseguiu repetir timidamente o sucesso na era seguinte, com “No”, mas agora, ela está com grandes problemas.
Com um 2017 sem brilho, a cantora está vendo seu terceiro álbum de estúdio ser ameaçado. O disco, que sairia em agosto do ano passado, foi adiado por duas vezes e agora segue sem previsão para sair. Por hora, ela lançou um EP.
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Em 2015, Sam Smith recebeu seu merecido prêmio de “Artista Revelação” e é o primeiro da nossa lista que contraria a maldição. Apesar de nunca conseguir repetir o fenomenal sucesso de sua estreia, o britânico obteve ótimos números com o “The Thrill Of It All”, em 2017, e se jogou nas colaborações, o que tem dado muito certo para ele.
Agora, vamos a dois casos de projetos que se desfizeram. O duo Macklemore & Ryan Lewis abocanhou quatro gramofones de ouro com a era “The Heist”, na edição de 2014 do Grammy Awards, incluindo o “Best New Artist”, batendo dois nomes gigantes da música atual: Ed Sheeran e Kendrick Lamar.
Com dois #1s na Billboard Hot 100 logo de cara, o rapper e o produtor tinham tudo para repetir o sucesso no disco seguinte, mas isso não aconteceu. O fracasso do “This Unruly Mess I’ve Made”, de 2016, fez inclusive que o duo entrasse em hiatus infinitivo. Macklemore teve uma recepção morna de seu trabalho solo, enquanto ainda não ouvimos falar sobre Ryan Lewis desde então.
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O trio Fun. finalmente conseguiu o merecido reconhecimento no início da década, com o hit #1 “We Are Young”, com Janelle Monáe, e também sucessos como “Some Nights” e “Carry On”. O triunfo fez com que eles colocassem a mão no prêmio na edição de 2013 da premiação.
No ano seguinte, os americanos anunciaram uma separação temporária para focarem em projetos solo. O vocalista Nate Ruess teve uma recepção morna com seu disco “Grand Romantic”, em 2015, e até hoje não voltou. Andrew Dost prometeu músicas novas, mas desapareceu. O mais bem-sucedido entre eles é Jack Antonoff, que, além de se manter na mídia com a banda Bleachers, trabalha como compositor e produtor para grandes estrelas, como Taylor Swift, Lorde e Lana Del Rey.
Em 2012, tivemos o aclamadíssimo Bon Iver como vencedor. Apesar de não fazer muito barulho aqui no Brasil, ele é muito reconhecido no exterior e continua fazendo trabalhos de sucesso e recebe constantes elogios da crítica. Ele bateu, na época, Nicki Minaj, J. Cole, Skrillex e The Band Perry.
Em 2011, temos o caso mais curioso. Dos cinco concorrentes ao “Best New Artist”, temos quatro que continuam muito bem até hoje: Justin Bieber, Drake, Florence + The Machine e Mumford & Sons. E adivinha quem ganhou? Sim. A que simplesmente desapareceu.
Ok que Esperanza Spalding está no restrito gênero jazz, o que naturalmente faz com que ela seja bem menos abordada do que os citados acima, mas nenhum dos trabalhos seguintes da americana sequer são lembrados pela crítica, e muito menos pelo público.
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Na década passada, temos a prova que a maldição era, na verdade, uma benção. Talvez nem precisaríamos falar de Adele, já que, a vencedora de “Artista Revelação” era praticamente desconhecida em 2009, quando recebeu a honra. Dois anos depois, ela estourou para o mundo e se encaminhou para se tornar uma lenda da música. A conterrânea Amy Winehouse foi uma das grandes vencedoras em 2008 e, infelizmente, não pudemos ver a sequência do trabalho dela.
Maroon 5 e Carrie Underwood também conseguiram o prêmio. isso há mais de 10 anos, e conseguem grandes sucessos até hoje. Alicia Keys, Christina Aguilera, até a histórica Mariah Carey foram honradas e, apesar de não fazerem tanto sucesso atualmente, conseguiram outros diversos hits. Até os Beatles venceram em 1965, uma das primeiras edições do Grammy, e eles se mantêm como um dos mais bem-sucedidos artistas de toda a história.
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Talvez, a maldição esteja apenas em um passado recente, já que, há muitos anos, os artistas que eram nomeados o “Best New Artist” no Grammy Awards conseguiram seguir por anos e anos com seu sucesso intacto.
Em 2019, pela primeira vez, oito artistas concorrem ao prêmio. É bom eles terem bastante cuidado, pois o flop eminente pode estar apenas a um gramofone dourado de distância.
A 61ª edição do Grammy Awards ocorre hoje (10), no Staples Center, em Los Angeles, às 23h (horário de Brasília).
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