Como os próximos meses podem ser os mais incríveis da história do rap feminino

Nunca tivemos tantas representantes mulheres em alta no mais relevante e concorrido estilo musical dos Estados Unidos: o rap/hip-hop.

De quatro anos pra cá, quando Cardi B começou a despontar e acompanhar Nicki Minaj no topo das paradas mundiais, várias outras rappers também conseguiram furar a bolha do mainstream e emplacar hits nos charts ao redor do mundo.

Coincidentemente, todas (eu disse todas) as mais relevantes rappers do momento “agendaram” lançamentos de álbuns para o segundo semestre de 2022. Coloco entre aspas porque nenhuma ainda oficializou uma data, mas tudo indica que teremos os próximos meses dominados pelo saboroso rap feminino.

Abaixo, falarei um pouco sobre cada uma dessas expoentes do hip-hop e como seus próximos lançamentos podem impactar a indústria nos próximos meses.

Doja Cat

Doja Cat é a única que oficializou uma era. A nova queridinha do rap já tem pelo menos um nome para seu próximo projeto: “Planet Her“. O disco chega no verão americano, que compreende o período do fim de junho até o fim de setembro.

A californiana atualmente trabalha em “Kiss Me More“, parceria com a cantora SZA que está rendendo números espetaculares dentro e fora dos Estados Unidos. O lead single chegou a liderar a parada americana do Spotify e está morando dentro do top 10 da Billboard Hot 100. Por isso, a artista inclusive é a rapper feminina mais ouvida atualmente da plataforma de streaming, com mais de 53 milhões de ouvintes.

Em entrevista para a Billboard, Doja já adiantou que um futuro single do disco é uma colaboração com ninguém mais ninguém menos que The Weeknd, de nome “You Right“. Essa será a segunda vez que os artistas trabalham juntos, dando sequência ao remix de “In Your Eyes“. São esperadas ainda que Ariana Grande, Nicki Minaj, Ty Dolla $ign e outros grandes nomes apareçam como participações especiais do álbum.

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O “Planet Her” é o primeiro disco da rapper desde o grande sucesso de “Say So“, que atingiu a liderança da Billboard Hot 100 com a ajudinha de um surpreendente remix com Nicki Minaj. O “Hot Pink” (2019) ainda rendeu o sucesso inesperadíssimo “Streets“, que veio a começar a hitar só no começo deste ano e ganhou até clipe (obrigado TikTok).

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Lembrando que o “Planet Her” será o terceiro disco de Doja Cat. Apesar de ter só aparecido de forma maistream recentemente, ela lançou seu primeiro disco em 2018, intitulado “Amala“. Este abriu as portas para a artista se tornar o que é hoje.

Cardi B

O aguardado segundo álbum de Cardi B chega em 2021 e já tivemos inclusive duas prévias que provam que esse projeto está sendo tratado como a maior aposta da Atlantic Records para o ano de 2021.

WAP“, uma colaboração com Megan Thee Stallion, chegou no ano passado quebrando recordes e elevando o nível para parcerias entre rappers femininas. Já com “Up“, Bardi provou que tem estabilidade e pode fazer sucesso sozinha tranquilamente. Ambas as canções atingiram a liderança da Hot 100 e somam juntas mais de 1 bilhão de streams no Spotify.

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A mãe de Kulture deve lançar um novo single em junho juntamente com o anúncio oficial do álbum e – quem sabe – com uma data. São esperadas grandes colaborações no disco, tendo em vista que Belcalis já tem no currículo feats com Bruno Mars, Ed Sheeran e Madonna. Inclusive há rumores que Beyoncé gravou uma faixa com a rapper e ela pode ser escolhida como próxima música de trabalho.

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Nicki Minaj

Nicki Minaj reinou sozinha durante muito tempo. Por quase 10 anos, a caribenha foi a principal e quase única expoente do rap feminino nas paradas globais… mas agora ela tem companhia (e isso não poderia ser melhor).

Mesmo com tantos anos de carreira, Nicki já provou pra todo mundo que ainda tem a coroa fazendo um barulho gigantesco apenas com o relançamento da mixtape “Beam Me Up Scotty“. O registro foi liberado originalmente em 2009 e não estava disponível nas principais plataformas digitais até o momento.

O projeto debutou na vice-liderança da Billboard 200 com 80 mil unidades e rendeu ainda o hit “Seeing Green“, parceria com Drake e Lil Wayne que não estava na tracklist de 2009. A canção irá ganhar um clipe.

Ainda não há grandes informações sobre o quinto álbum de Onika, mas ele com certeza existe e deve estar em processo de finalização. Um documentário para o HBO Max está confirmado e será liberado muito em breve. Com certeza teremos algumas cenas em estúdio que nos darão pistas sobre o que Nicki anda aprontando ultimamente.

Este será o primeiro disco de Nicki Minaj desde o nascimento de seu primeiro filho, que mesmo prestes a completar um ano de idade, ainda não teve seu nome revelado. O herdeiro do rap é fruto do relacionamento de Nicki com o marido Kenneth Petty.

Megan Thee Stallion

Surgindo aos poucos com a mixtape “Fever” (2019) e depois se consolidando de vez na indústria com o smash hit grammyado “Savage” (que contou com uma rara participação de Beyoncé no remix), Megan Thee Stallion é um nome que ainda vamos ouvir muito falar.

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Depois de um hiatus relâmpago (mesmo aparecendo toda semana em “Legendary“), a cavalona do rap já está entrando em uma nova era sem mal ter saído da primeira. Ela promete ainda reviver seu alter ego Tina Snow, criado para a mixtape de mesmo nome, lançada em 2018.

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Megan mal chegou e já tem dois #1s na Billboard Hot 100, incluindo a já citada mega colaboração “WAP“, com Cardi B. O futuro é extremamente promissor para a rapper texana, que deve estar trabalhando com grandes nomes no sucessor do “Good News” (2020).

Saweetie

O nome mais fresco nesse top 5 é Saweetie. A californiana de 27 anos conseguir uma sequência de hits com “Tap In” e “Best Friend“, a última com a participação especial de Doja Cat. Seu sucesso ainda é bastante restrito aos Estados Unidos, mas aos poucos ela está conseguindo bons números ao redor do mundo.

As duas canções citadas acima e algumas outras já lanaçdas estarão no álbum “Pretty B*tch Music“, o primeiro da carreira de Saweetie. O disco ainda não tem uma data de lançamento oficializada, mas sai ainda esse ano.

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É importante destacar a recente colaboração de Diamonté com Demi Lovato, em “My Girlfriends Are My Boyfriend“, e no remix de “Confetti“, com o grupo Little Mix, que atingiu o top 10 da parada britânica de singles. Saweetie está entrando de vez nesses amados crossovers clássicos entre rap e pop e podemos esperar pelo menos uma grande colaboração nesse estilo para um futuro próximo.

O segundo semestre é realmente animador para o rap feminino. Junho geralmente é o mês que muitas apostas para o verão americano saem e todas as citadas estão bem atentas quanto a isso. Para se ter uma ideia, das cinco, apenas Saweetie não estará em um lançamento nessa sexta-feira (11).

Megan Thee Stallion começará sua nova era com o lead “Thot Shit“, enquanto Doja Cat nos dará mais uma prévia do “Planet Her” com a inédita “Need To Know“. Já Cardi B e Nicki Minaj estarão fazendo participações em dois álbuns gigantescos: “Culture III” dos Migos e “Hall of Fame” do Polo G, respectivamente.

Vale lembrar também do Lil Nas X, que lançará seu álbum, “MONTERO“, no verão americano e tem um dos grandes hits de 2021, “Call Me By Your Name“. Claro que Lil Nas não é uma rapper feminina, mas é um artista abertamente gay num meio recheado de homens cis héteros, cercado de sexismo e LGBTQfobia. O que ele está fazendo é realmente incrível.

Iggy Azalea, que foi a primeira rapper feminina a hitar em grande escala na era pós-Nicki Minaj, também irá lançar um novo álbum esse ano. Desde o “The New Classic” (2014), a australiana não conseguiu emplacar novos grandes sucessos, mas quem sabe com esse novo período dourado para as mulheres no hip-hop ela volte a ficar em evidência?

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A data limite de lançamentos para se concorrer ao Grammy 2022 é 30 de setembro e as chances de termos cinco grandes álbuns de rappers femininas na corrida pelo gramofone dourado é grande. Cardi brilhou vencendo o “Melhor Álbum de Rap” na premiação em 2019, enquanto Megan levou três categorias na última edição, incluindo “Artista Revelação“.

O horizonte para o rap feminino é brilhante e excitante. Depois de anos de dominação masculina no gênero mais popular dos Estados Unidos, chegou a hora das mulheres tomarem o topo das paradas e também das premiações. Imagina só uma maioria feminina concorrendo aos grammys de rap/hip-hop em 2022? Uma longa “exceção” se tornando uma promissora “regra”?

O female rap nunca esteve em mãos mais talentosas e é nossa obrigação celebrar isso, não dando espaço para brigas desnecessárias e comparações sem noção. Que a briga seja boa, mas só pra ver quem fica em #1. E, se tudo der certo, essas cinco vão nos dar muita alegria nesse resto de ano.

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