Em uma recente entrevista concedida ao Telegraph, o renomado artista Billy Porter retomou a discussão em torno da polêmica gerada com Harry Styles, onde o cantor e ator usou um vestido na capa da revista Vogue. A questão, que rapidamente se espalhou pelas redes sociais e meios de comunicação, gerou debates acalorados sobre a quebra de normas de gênero na indústria da moda e na sociedade como um todo.
Porter, conhecido por sua ousadia e estilo único, não é estranho a desafiar as convenções de moda e gênero. Durante a entrevista, o ator falou sobre diversos pontos de sua carreira e relembrou o ocorrido com Harry. Porter explicou novamente que seu problema não era com Harry, lembrando inclusive que mandou rosas para o rapaz para se desculpar, entretanto, o ator se sentiu bastante incomodado ao ver um homem branco, cisgênero e hétero “roubando” a cena de pessoas que realmente constuiram o movimento.
“Não fui o primeiro a promover estereótipos de gênero na cultura. Eu sei que David Bowie existiu, eu sei que Sylvester existiu. Ele (Harry Styles) é branco e heterossexual. É por isso que ele está na capa. Não me sinto bem. Você está usando minha comunidade – ou seu pessoal está usando minha comunidade – para elevar você. Você não teve que sacrificar nada.”
Porter também revelou que meses antes de ver Styles como capa da Vogue, a Editora da revista, Anna Wintour o procurou para entender mais sobre a quebra de padrões na moda e como isso deveria ser feito da forma correta.
“Aquela vadia me disse no final da nossa conversa: ‘Como podemos fazer melhor?’ E fui tão pego de surpresa que não disse o que deveria ter dito. Use seu poder como Vogue para elevar as vozes dos líderes deste movimento de desgenerização da moda… Seis meses depois, Harry Styles é o primeiro homem na capa.”