Precisamos desapegar das divas pop dos anos 2010

É unanimidade que o começo dos anos 2010 foram o auge do pop. Lady Gaga servindo tudo com o “Born This Way“, Katy Perry fazendo história com o “Teenage Dream“, Rihanna com a farofada do “Loud“, Beyoncé com o delicioso “4“, Adele chegando pra quebrar todos os recordes, Nicki Minaj trazendo o rap feminino de volta ao mainstream e até Britney Spears, atravessando um novo mercado fonográfico e nos entregando um pop perfection no “Femme Fatale“, como se “pop” fosse seu nome do meio.

Isso tudo foi muito, muito bom mesmo. Vai ficar guardado pra sempre na nossa memória afetiva e temos músicas, clipes, performances e o c*ralho a quatro espalhados por todos os cantos da internet. Se você quiser ouvir, ver e reviver tá lá, bonitinho. Mas guess what? Elas cresceram! Elas não vão voltar a ser como eram e nem querem voltar a ser como eram.. Elas estão sempre provando isso com seus trabalhos cada vez mais maduros e donos de si, quase sempre, dispensando toda essa questão mainstream.

Você dúvida? A Lady Gaga e seu mais recente disco, “Chromatica“, foi uma das grandes apostas pop do ano de 2020. Mas olhem só, a intérprete de “Bad Romance“, optou por não prosseguir com a divulgação do projeto que prometia ser uma das melhores eras da cantora.

Toda essa turma aí e pode incluir outras mais, já fizeram sua carreira na música, foram consolidadas e se tornaram ícones e lendas. Agora elas querem experimentar e expandir horizontes, seja atuando como a Gaga, presente na TV americana como a Katy ou vendendo de maquiagens e se tornando a segunda negra mais rica do momento como a Rihanna. Todas saíram da suas zonas de conforto e estão se reinventando de outra forma. Nem tudo tem a ver com a música. Nem tudo tem a ver com a música e o termo “diva pop” não casa mais com nomes que são vistos como influencia histórica e cultural dentro do gênero.

E não adianta nada ficar com raiva do sucesso do que está novo e do que está fresco porque a sua fave não mora mais eternamente no #1, ou não vende mais de 1 milhão de cópias na primeira semana. Como diria Madonna, “as pessoas desaprenderam a ler música, um artista precisa falar”. Adicionem essa necessidade principalmente se ele já é calejado na longa estada da música.

Nem sempre é objetivo é hitar. O sucesso passa a ser um bônus. Nossas eternas divas do pop anos 10’s não estão nem aí para charts e em questão de impacto numa cultura de massa. A época delas já passou e a sua de ser impactado por essa cultura também. Os pré-adolescentes e adolescentes de 10 anos atrás já são adultos e deviam amadurecer juntamente com seus ídolos. O que nem sempre acontece…

Um exemplo triste e que nos parece muito ridículo, é ver internautas cobrando eternos #1’s de Katy Perry, uma vez que a própria, foi responsável por redefinir conceitos de sucesso e por pouco, não quebrou um recorde que pertencia a Michael Jackson. Qual é o problema de ela não estar entre as dez mais ouvidas? Isso influência no impacto que ela te causou no início da carreira dela? Você é fã do artista ou fã dos charts?

Uma turma super talentosa e com sangue nos olhos está vindo. Billie Eilish está pavimentando um caminho incrível com apenas 19 anos de idade e um gênero que jamais seria considerado a ser destaque entre os mainstreams. Olivia Rodrigo chegou esse ano do nada e já virou um fenômeno cultural. Dua Lipa está fazendo uma das maiores eras da história do pop em seu segundo disco. Ariana Grande é a grande potência da música mundial atualmente.

A história e a cultura também transcenderam, quem viveu e amou 2NE1 e BIGBANG poderia imaginar a febre universal que seria BLACKPINK e BTS? Não se engane achando que o sucesso de todos esses nomes será o mesmo em 2030, eles não terão obrigação nenhuma de repetir o que estão fazendo nos dias de hoje, são nomes que já estão escritos no hall da música.

E isso SEMPRE vai acontecer. Para quem consumiu mais o pop dos anos 90, ele é e sempre será melhor do que o pop dos anos 2000. E quem teve o auge da sua juventude nos anos 2000, criticou as novidades que estavam chegando nos anos 2010 e por aí vai. É o caminho natural (e errado) de grande parte dos amantes de música pop.

E vale lembrar: uma A-List sempre vai ser A-List. Deixa o saudosismo de lado e aproveite o que a nova geração da música pop tem a oferecer. Você quer mesmo virar aqueles tiozões que só gostam de ouvir rock dos anos 70/80 e não aceitam consumir nada que venha depois ou diferente disso? Ser menos amargurado vai te fazer super bem, acredite.

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