‘Pantera Negra: Wakanda Para Sempre’ não é mais um filme de super-herói, baseado em quadrinhos, afirma Variety.
Ao contrário disso, a produção capitaneada por Ryan Coogler, sequência do filme de 2019, indicado a Melhor Filme no Oscar, é uma história sobre luto e recuperação, uma vez que a família de T’Challa – antes interpretado por Chadwick Boseman – precisa se ajustar ao mundo após sua morte.
No centro desta saga está a Rainha Ramonda, interpretada por Angela Bassett, que carrega com maestria a devastadora perda de seu filho e, com um “trabalho feroz”, sem dúvidas abre margem para a abertura de uma corrida ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.
A assessoria de Michelle Williams já anunciou que a atriz fará campanha para a categoria de Melhor Atriz por seu papel em ‘The Fabelmans’, de Steven Spielberg, e diversas outras atrizes estão tentando chamar atenção para seus desempenhos em seus próprios filmes.
Porém, a Variety aponta para o fato de que Angela Bassett detém o respeito de seus pares da indústria há, ao menos, trinta anos. Além disso, o papel de mãe é realmente apelativo para a Academia, uma vez que fez maravilhas para Nicole Kidman em ‘Rabbit Hole’, Sally Field em ‘Lincoln’ e Frances McDormand em ‘Três Anúncios para um Crime’ (2017).
A primeira indicação que Bassett recebeu ao Oscar foi por sua interpretação de Tina Turner na cinebiografia de 1993, ‘What’s Love Got to Do with It’. Agora, porém, seu caminho para chegar a indicação outra vez irá depender de quão forte ‘Wakanda Para Sempre’ irá ressoar com os membros da Academia. Com filmes populares, como ‘Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo’ (2021) e a sequência de sucesso, ‘Top Gun: Maverick’ (2021), chegando na competição, ainda não é claro quantos títulos queridos do público o Oscar vai abraçar.
Notavelmente, nenhum ator do MCU foi indicado ao Oscar, apesar do DCEU, mundo cinematográfico compartilhado da DC Comics, já ter levado dois de seus atores a vencer a corrida pela estatueta, como Heath Ledger em ‘Batman: O Cavaleiro das Trevas’ (2008) e Joaquin Phoenix em ‘Joker’ (2019), ambos pela interpretação do vilão Coringa. Porém, houveram os que quase chegaram lá, como Michael B. Jordan pelo papel de Killmonger no reconhecidíssimo primeiro ‘Pantera Negra’.
O que pode ser um bom augúrio para os estúdios Marvel é o fato de que o filme poder ser extremamente bem avaliado nas categorias técnicas, incluindo fotografia, design de produção e figurino, todos departamentos chefiados por mulheres negras. Hannah Beachler e Ruth E. Carter, inclusive, venceram o Oscar de 2019 nas últimas categorias, respectivamente.
Além disso, o setor musical também é um chamativo da produção. A vencedora do Grammy, Rihanna, acaba de se utilizar do hype de ‘Pantera Negra’ para fazer seu tão aguardado retorno à música, após seis anos sem trabalhos inéditos, o que também eleva o nível de comprometimento do próprio estúdio. ‘Lift Me Up’ é co-escrita pela cantora e produzida por Ludwig Göransson, que já estava envolvido no primeiro filme e venceu o Oscar de Melhor Trilha-Sonora daquele ano.
A Variety aponta que a chave para o reconhecimento de ‘Wakanda Para Sempre’ no Oscar se encontra nas categorias técnicas, que foi a mesma estratégia que levou à ‘Duna’ (2021), o recorde de indicações, saindo como o vencedor da noite com seis estatuetas no início do ano: “Quando você define parte do potencial de atenção para Bassett, as chances de um reconhecimento maior aumentam significativamente”.
A essência de ‘Wakanda Forever’ reside no legado de Chadwick Boseman. A criação do diretor Ryan Coogler irá permitir que seus colegas e fãs lamentem seu falecimento em tela – uma experiência que, apesar de tudo, pode render o reconhecimento do Oscar para Angela Bassett e o resto da equipe.
