Mais de duas dúzias de fãs de Taylor Swift, baseados em 13 estados diferentes dos Estados Unidos, estão processando a empresa Ticketmaster pela forma como lidou com a venda de ingressos para a, altamente antecipada, turnê da cantora, a ‘The Eras Tour’.
De acordo com documentos obtidos pelo Deadline, o processo foi submetido na última sexta-feira, em Los Angeles. Nele, a Ticketmaster, empresa ligada à Live Nation Entertainment, é acusada de violar o chamado Ato de Cartwright e a Lei de Concorrência Desleal, além de fraude, fixação ilegal de preços, violações às regras antitruste (que existem, basicamente, para combater monopólios) e “deturpação intencional”.
“Milhões de fãs esperaram por até oito horas e não foram capazes de comprar os ingressos”, alega trecho do processo conseguido pela revista Rolling Stone.
Os autores também argumentam que a Ticketmaster “proposital e intencionalmente” enganou os compradores de ingressos “ao permitir que cambistas e bots tivessem acesso à pré-venda” através do site TalorSwiftTix, em detrimento dos fãs.
Assim, enquanto parte dos fãs tem poder aquisitivo para adquirir os ingressos a preços muito mais altos, a experiência deixou muitos decepcionados – e falidos -, tendo em vista que entradas foram revendidas por cambistas a valores absurdos, de 400 dólares a mais 31.000, dólares em sites como StubHub e SeatGeek. Na cotação atual do real, os ingressos mais caros sairiam por 164 mil reais para os brasileiros através das vendas não oficiais.
Os ingressos entraram em pré-venda em 15 de Novembro para usuários qualificados por um programa da Ticketmaster. Após minutos do início das vendas, diversas pessoas começaram a reclamar sobre erros no site e longas filas virtuais de espera, com alguns dos fãs ficando na lista por mais de cinco horas.
Horas depois de começarem as vendas, a Ticketmaster anunciou que compradores que residiam na Costa Oeste dos Estados Unidos – Las Vegas, Los Angeles, Seattle, etc -. não poderiam começar a comprar às 10 da manhã do horário local, como estava planejado, devendo voltar ao site às 3 da tarde. Ademais, a pré-venda da rádio Capital One também foi reagendada da terça-feira para a quarta-feira, tendo vendido apenas por algumas horas antes dos ingressos esgotarem.
O processo continua, alegando que a expansão da Ticketmaster no que eles chamam de “mercado secundário de ingressos” e seus acordos com estádios “forçaram” os fãs a comprar ingressos mais caros, além de ser beneficiada pelo esquema, pois teria recebido taxas adicionais a cada vez que os ingressos eram revendidos.
Além disso, o processo afirma que a Ticketmaster, ao notar que não conseguiria satisfazer a demanda de ingressos, “intencionalmente” forneceu “códigos” aos fãs para tentar encobrir esta realidade.
Em 18 de Novembro, a própria Taylor Swift se manifestou. Na declaração, ela comentou que havia várias razões para que as pessoas tivessem dificuldade para comprar os ingressos para a ‘The Eras Tour’ e a afirmou que estava tentando resolver o problema: “Eu não vou inventar desculpas para ninguém, porque perguntamos, diversas vezes, se eles poderiam lidar com este tipo de demanda e fomos assegurados de que poderiam”.
A Ticketmaster também emitiu uma declaração, se desculpando com a cantora e seus fãs, mas eles agora levaram a discussão a outro nível, pedindo 2.500 dólares por violação, assim como honorários advocatícios e qualquer outra despesa considerada pelo tribunal.