Que Lil Nas X chegou mexendo com a estrutura da internet em seu novo videoclipe, “MONTERO: Call Me By Your Name”, não é novidade nenhuma. O clipe rendeu tantas críticas positivas e negativas que agora a produção deu espaço para comparações e acusações.
Com o anúncio da capa do single, alguns fãs notaram a semelhança entre as artes de Rosalía para o álbum “El Mal Querer”, mas será que foi pura coincidência ou realmente Lil Nas X se inspirou em grandes mulheres da nova cena para sua produção?

Mas apesar da semelhança, Nas contratou o mesmo editor de Rosalía para fazer as fotos da capa do single de “Montero: Call Me By Your Name”, o artista Filip Custic. O rapaz utiliza o mesmo estilo renascentista futurista para todos os seus trabalhos.
Mas o diretor Andrew Thomas Haung não encarou as cenas do clipe como uma inspiração e sim uma grande cópia de sua produção com FKA Twigs para o clipe de “Cellophane”. O diretor fez um grande desabafo em seu Instagram e considerou o ato como um grandiosíssima falta de respeito. Os dois videoclipes foram colocados lado a lado e de fato, as semelhanças são espantosas, até na questão do jogo de câmeras, confira:
“Imagens também são caras para construir. Anos de trabalho vieram para que eu pudesse criar “Cellophane”, vieram de um treino físico e emocional para mostrar a trajetória da FKA. Imagens que contam uma história de trauma e recuperação. “Cellophane” foi uma confissão no sentido mais vulnerável possível.” disparou o diretor em seu Stories do Instagram.
Haung também falou o quão triste é quando artistas que tem todo um apoio profissional como gravadora, assessoria e produtores fazem esse tipo de cópia:
“Quando um artista que tem posição de poder ampliada por produtores, gravadoras, social medias, assessoria de imprensa e etc… e quer dar outro significado a um copilado de ideias criadas por outras pessoas, para servir sua própria imagem, ele causa um grande impacto em quem realmente fez todo o trabalho original.
Intencional ou não o capitalismo em cima de outros artistas acontece e nós precisamos discutir a escala e magnitude desse poder dentro da indústria.”
O diretor de “Cellophane” terminou seu discurso mandando uma mensagem bem crítica para Nas e o diretor do clipe, Tanu Muino:
“Fazer videoclipes é um trabalho de amor. A demanda por conteúdo forçada por selos faz nosso trabalho ser completamente descartável, coloca artistas contra outros artistas, principalmente mulheres e nós que somos pretos queers, Indígenas e pessoas de cor.
Eu insisto que a comunidade de videoclipes, em particular selos como a Columbia Records, RESPEITEM os diretores e diretoras, defendam a responsabilidade do artista e honrem a engenhosidade de artistas que dedicam seu sague, suor e lágrimas para imaginarem futuros melhores em meio a uma indústria falida.“
Nem Lil Nas X e o diretor Tanu Muino se manifestaram sobre as acusações.