Voltando em 1989, a Disney lançou “A Pequena Sereia”, um dos clássicos da sua era da renascença. Alguns anos atrás, a produtora anunciou que estava começando a montar o live-action da história de Ariel e Eric. Com muitos contratempos, uma pandemia no meio e alguns atrasos de produção, chega no próximo dia 25 de maio aos cinemas o filme estrelado por Halle Bailey.
O Portal Famosos Brasil foi convidado para assistir ao longa com antecedência e podemos bater o martelo: De longe é maior e melhor live-action da Disney e temos provas! Leia logo abaixo nossa crítica!
PARTE DE SEU MUNDO
Halle Bailey canta como ninguém ao longo de 2h20 de filme. Mas, não é isso que podemos destacar aqui e sim a sua atuação como Ariel. Ela nasceu para dar vida a menina sereia sonhadora, determinada e cheia de desejos com o mundo dos humanos. Seu olhar transparece verdade, suas expressões e sua linguagem corporal são perfeitas. Cada segundo de Halle em tela é impossível reafirmar o que já foi dito inúmeras vezes por Rob Marshall, Alan Menken e Lin Manuel Miranda: Ela é imbatível, ela é a nossa sereia e provou isso por A+B com sua performance magistral.
E OS CORAÇÕES SÃO INFELIZES MESMO?
De tantas vilãs, Úrsula é uma das mais icônicas de todos os tempos. Não erroneamente, a personagem inspirada em Divine tem momentos icônicos no original. Aqui quem foi escolhida foi Melissa McCarthy e confesso que tinha algumas dúvidas de sua performance. Mas, o que ela faz em tela a cada segundo que aparece como a vilã polvo é fantástico. Ela facilmente rouba as cenas em seus discursos, seu número músical, o “Poor Unfortunate Souls”, é grandioso, maléfico, cheio de uma aura pesada e divertida, além da acidez e do toque de humor que ela tem, é impossível não amar e odiar a vilã. A versão orquestrada elevou o original junto com a voz e o sotaque impecável de McCarty,.
Daveed Diggs e Awkafina estão pau a pau em quem é o companheiro de Ariel mais simpático como Sebastião e Sabidão. O primeiro está ainda mais engraçado e dá um bom toque de alívio cômico, já o segundo sofreu algumas alterações e aparece até mais no live action em cenas que são de deixar o coração leve de tantas risadas.
DEBAIXO NO MAR E ACIMA DA TERRA
“Under The Sea” é um clássico. A canção foi premiada separadamente da trilha sonora, que também ganhou Oscars e Grammys, e marcou uma geração. Aqui a sonoridade está mais caribenha de fato e conta com vocais de Halle Bailey. Mas, o que interessa de verdade é o visual: É uma explosão de cores, de animais marinhos, de momentos icônicos e de muita diversão. Dá para perceber que foi tudo feito cuidadosamente e pensado com muito carinho, além de ter tido a memória original preservada, e arrisco dizer que a versão nova é melhor que a original em muitos aspectos.
CORES DA TERRA
O solo de Eric ( Jonan Hauer-King) em “Wild Uncharted Waters” é emocionante. Ele é feito em um momento de ligação, que justifica a existência desse amor do príncipe por Ariel e vice-versa. O que sempre esteve oculto na lembrança de alguns, aqui vai ser refrescado: A sereia se apaixona pelo mundo dos humanos antes de Eric e ele é só um gatilho para ela seguir a vida a fora, e claro, um amor a primeira vista sempre facilita. Halle e Jonan tem uma química surreal de bom.
“For The First Time” é o novo solo de Ariel. Ela narra suas experiências na terra com muito humor e muito drama, além de que ela está com um tom dramático no meio para o fim que intensifica a atuação de Halle Bailey.
E para aqueles que falaram que o filme estava escuro em um trailer…. Bom, posso afirmar que é tudo muito colorido, até mesmo na lagoa de “Kiss The Girl” em uma versão um pouquinho mais tímida que a original e mais carismática pela intensidade do casal. Cada cena aqui é feita com cores vivas, com experiências até sensoriais.
Por fim, destaco que Jessica Alexander teve poucos minutos para brilhar, mas, elevou sua performance em um nível enorme como a versão humana de Úrsula.
MAS, TEM UM PEIXE FORA D’ÁGUA…
As roupas de Ariel são um pouco simples demais. Os vestidos mais icônicos dela estão muito pequenos e até desbotados em relação ao original. As irmãs de Ariel estão lindas, mas, foi muita propaganda para pouca participação. Elas aparecem bem pouco e não são exploradas em um universo que o diretor Rob Marshall soube expandir muito bem.
O CGI dos animais está perfeito, com exceção de Linguado. Mesmo ele estando muito bem em suas aparições…. Sua animação é bem tosca e perde de um lado muito negativo. Ele não tem tanto carisma e nem momentos que justifiquem ele ser o melhor amigo da Sereia, embora tenha uma ou outra interação fofa. A Rainha Selina é muito bem atuada, porém, é mal escrita. Ela faz o contraponto do Tritão, que neste aqui está ainda mais paternal e preocupado com sua filha curiosa. A nova adição é colocada apenas para fazer uma ponte de coincidências entre a vida de Ariel e Eric, adicionando um drama um pouco fraco para a trama.
A batalha final segue sendo curta e tinha potencial para muito mais. Nela existem alterações positivas, mas, ao mesmo tempo…. não é tão empolgante diante a tudo que foi mostrado.
VAMOS PARA ATLÂNTIDA
Certamente, a Disney investiu pesado neste aqui, mas, além disso, ela colocou um nível altíssimo. Fazia tempos que um live-action das princesas clássicas não chegava próximo do ok, e o que Ariel e sua turma conseguem é ultrapassar estes limites com suas exuberâncias, talento, carisma, canções icônicas e um universo ainda mais bonito.
A fidelidade e o respeito ao original estão alinhados. Existem cenas feitas quase que a imagem das animações, com muito ritmo e muita identificação. Os novos momentos completam os antigos: Nostalgia se encontra com Inovação e fazem com que “A Pequena Sereia” possa ficar extremamente tranquila, pois, todos vão querer mergulhar e ser parte do mundo dela.
