‘Thor: Amor e Trovão’ alcançou cerca de 760 milhões de dólares ao redor do mundo, mas o sucesso em bilheteria não impediu que a produção desagradasse muitos fãs da Marvel.
Escrito e dirigido pelo diretor Taika Waititi, o mesmo de ‘Thor: Ragnarok’, que se estabeleceu como o favorito de muitos, o quarto filme da franquia, que conseguiu a façanha de ter Natalie Portman novamente no elenco, foi criticado pelo humor “galhofa” e os efeitos visuais pouco apelativos.
Em entrevista à revista GQ, Chris Hemsworth, intérprete do herói nórdico em oito filmes da Marvel, admitiu que o filme ultrapassou a barreira do mero bom humor: “Eu acho que tivemos muita diversão. Acabou se tornando bobo demais.”, declarou.
“É sempre difícil estar no centro disso e ter uma real perspectiva… Eu amo o processo, é sempre uma viagem. Mas você apenas não sabe como as pessoas vão responder.”, acrescentou Hemsworth.
O ator também disse que, apesar dos comentários especializados, seus maiores críticos foram os amigos de seus filhos: “É um monte de crianças de oito anos de idade criticando meu filme. ‘Nós achamos que tinha humor demais, a ação foi legal, mas os efeitos visuais não eram tão bons’. Eu me encolhi e ri igualmente disso”, contou.
Apesar disso, Chris afirma que, ainda que não tenha, no momento, nenhum contrato assinado com a Marvel, voltaria a interpretar o Deus do Trovão em outra produção.
“Eu amo a experiência. Amo o fato de que fui capaz de criar algo bastante diferente ao longo do processo. ‘Thor 1’ e 2 eram uma coisa própria, ‘Thor 3’ e 4 foram muito diferentes… e então, mesmo com os ‘Vingadores’, o Thor Lebowski, o Thor de ‘Infinity War’, em razão dos diferentes diferentes e, acho, a minha própria necessidade de fazer algo diferente”, refletiu.
Os Estúdios Marvel estão passando por uma fase de altos e baixos, no entanto, uma vez que não têm conseguido manter a qualidade dos filmes pós-Vingadores: Ultimato e parece estar tentando se encontrar sem seus grandes personagens, como o Capitão América de Chris Evans e o Homem-de-Ferro de Robert Downey Jr.
Para Chris Hemsworth, é preciso tornar as novas histórias mais pessoais e menos apocalípticas: “Esta é a pegadinha: você tem que separar todas essas histórias. A coisa é sempre ‘Seu mundo está em perigo, todo o universo está!’, mas é tipo ‘Sim, assim como foi nos últimos 24 filmes’. Tem que se tornar um pouco mais pessoal e centrado”.
O ator também respondeu às críticas de Martin Scorsese e Quentin Tarantino às produções Marvel, elencando como “super deprimente”.
“Foi super deprimente quando eu ouvi isso. Lá se vão dois dos meus heróis, com quem não vou trabalhar. Acho que eles não são meus fãs”, refletiu, fazendo questão de reafirmar seu compromisso com a Marvel e frisando o poder do estúdio para levar as pessoas ao cinema:
“Eu sou grato por estar sendo parte de algo que mantém as pessoas no cinema. Agora, se esses filmes foram ou não [um sucesso] em detrimento de outros, eu não sei. Eu não amo quando começamos a escrutinar uns aos outros quando há tanta vulnerabilidade na indústria e neste espaço das artes, como há… Digo isso, menos aos diretores que fizeram esses comentários – que, aliás, ainda são meus heróis -, pois num piscar de olhos eu pularia para trabalhar com qualquer um deles, mas, digo mais para a opinião mais ampla em torno desse tópico. Acho que nenhum de nós tem a resposta, mas estamos tentando.”, concluiu.
