Ainda em meados de 2019, a cantora Taylor Swift e o empresário Scooter Braun entraram em uma longa batalha pública que envolvia a compra, por ele, da gravadora Big Machine Records e, consequentemente, das gravações originais das canções de Swift, as quais faziam parte do patrimônio do grupo com quem a cantora trabalhou até o álbum ‘Reputation’ (2017)
Segundo a cantora, ela já havia expressado sua vontade de comprar os direitos sobre suas canções ao antigo dono da gravadora, Scott Borchetta, a fim de deter total controle sobre o produto. Contudo, as gravações sequer foram oferecidas à ela e as negociações ocorreram de forma secreta – o que Scooter Braun nega.
Taylor afirma ter entrado em negociações com o time do empresário para chegar a um acordo financeiro sobre suas ‘masters’, mas o contrato tinha como cláusula a proibição de mencionar o nome de Braun, exceto quando fosse para citá-lo positivamente.
Após não conseguir negociar, Taylor Swift anunciou a decisão de regravar todos os seus seis primeiros discos que estavam sob propriedade da Big Machine Records. A decisão foi celebrada pelos fãs da cantora, pois foi a única forma encontrada de ter o controle, de fato, sobre suas canções.
Ainda em 2020, a cantora foi a público novamente, em carta aberta, para informar que seu catálogo havia sido vendido a um grupo de investimentos, Shamrock Holdings. Swift conta que teve conhecimento disso apenas porque o grupo entrou em contato com ela, informando do negócio fechado, embora Scooter, supostamente, houvesse pedido para que não o fizessem.
Taylor não entrou em detalhes sobre valores à época, mas agora a Billboard revelou, com exclusividade, que a Shamrock Holdings pagou à Scooter Braun US$ 450 milhões pelo catálogo de originais da cantora. O empresário havia adquirido toda a Big Machine Records e as ‘masters’ pelo valor de 350 milhões de dólares no ano de 2019.
Na carta de 2020, Taylor agradece aos empresários do grupo de investimentos por informá-la e diz que estava aberta à negociações para uma parceria, mas que foi informada que Scooter, sob os termos da negociação, continuaria obtendo rendimentos advindos de seu catálogo, o que rechaçava de início já que o queria fora de sua vida.
Na primeira vez que abordou o assunto, no Tumblr, ela afirmou que estava em paz sobre o fato de que Borchetta, um dia, venderia a gravadora e tudo que havia produzido sob o selo, mas não imaginou que seria, justamente, para seu desafeto, que havia praticado bullying com contra ela em outras ocasiões:
“Nunca, nos meus piores pesadelos, eu imaginei que o comprador seria Scooter. Sempre que Scott Borchetta ouviu as palavras ‘Scooter Braun’ saírem dos meus lábios, foi quando eu estava chorando ou tentando não chegar. Ele sabia o que estava fazendo; os dois sabiam”.
Apesar disso, o motivo da desavença entre Taylor Swift e Scooter Braun nunca foi totalmente esclarecido e pouco se sabe sobre a relação prévia que eles tiveram.
A venda de catálogos vem sendo um caminho lucrativo para diversos artistas que, em vida, são capazes de negociar o valor em dinheiro de suas obras e planejar outros passos. É o caso de Stevie Nicks, Shakira e Bruce Springsteen, o qual recebeu o total de US$ 550 milhões pelos direitos de suas canções e composições em negociação com a Sony Music.
O New York Times, por sua vez, informou que o próprio Bob Dylan formalizou o acordo da venda de seu catálogo musical com a Universal Music. Estima-se que foram 300 milhões de dólares pela obra do cantor, compositor e vencedor do prêmio Nobel.
David Bowie também figura entre os direitos mais caros. Vendido pelo espólio do cantor, os valores ficaram em torno de US$ 250 milhões. Recentemente, a agência Bloomberg noticiou que o Pink Floyd negociava a venda de seu catálogo com diversos grupos interessados e também buscava por 500 milhões de dólares.
A negociação de Scooter, dessa forma, coloca os direitos autorais de Taylor Swift entre os mais valiosos da música.
