Banda Asfixia Social lança single “Tiro no Escuro” com MV Bill

 A banda Asfixia Social lança hoje o seu mais novo single, “Tiro no Escuro”, em parceria com o rapper MV Bill. Lançado pelo selo musical Marã Música, o novo som está disponível em todas as plataformas digitais e chega acompanhado de um videoclipe, que foi lançado no canal do MV Bill no YouTube também nesta sexta.

Trazendo uma mistura bélica de rock com rap, que permite a banda expor a realidade e transitar sobre variados estilos, como o dub, o metal e o maracatu, “Tiro no Escuro” fala sobre a escolha de muitos pelo próprio opressor como seu líder político. “Dos discursos que se alimentam da cegueira coletiva e da barbárie para promover a expressão popular ‘Tiro no Escuro’. Para nós, a eleição de governantes de trajetórias tortuosas travestidos de salvadores da pátria, mas prontos para intensificar a violência e a desigualdade para defender a posição de privilégio de uma elite financeira racista. Despreparados, mas prontos para atirar”, resume a banda.

Para amplificar a mensagem de “Tiro no Escuro”, a Asfixia Social convidou para a faixa o rapper, escritor, ator e ativista MV Bill, que já era uma referência para os quatro integrantes da banda desde sempre. “Conhecemos ele e a equipe pessoalmente em um evento nosso no ABC Paulista e estabelecemos essa conexão. Além do Bill sempre atender ao público, fãs e artistas, ele curte outros estilos musicais como a gente. É um cara mente aberta e para nossa grata surpresa viu a nossa correria. Nós só temos a agradecer a ele e a toda a equipe pela generosidade, amizade e por seguir rimando”, contam. “Tiro no Escuro” ainda conta os músicos convidados Henrique Kehde (bateria), Carlos Peixoto (synths) e Márcio Chapra (guitar fx).

A inspiração para escrever os versos da faixa começou com Kaneda (trompete, trombone, voz) dirigindo e ouvindo uma entrevista de rádio. “Nessa entrevista, deram voz a um político extremamente agressivo. Ele usou a expressão ‘Tiro no Escuro’ para falar sobre a incerteza das eleições, mas aquilo me soou muito grave e trouxe toda a representação racista que a extrema direita carrega em suas intenções. Escrevi a letra ali mesmo no carro”, relembra. “O (baixista) Leonardo Oliveira já tinha uma linha pesada no baixo que era perfeita pro som. O (guitarrista) Thiko começou a trabalhar as guitarras em cima daquilo e mandamos a ideia daqui de São Paulo para o cara que podia esticar a conversa com as ruas e favelas do Rio de Janeiro”, completa o vocalista.

Às vésperas de finalmente ver sua mensagem chegando a milhares de pessoas através dos apps de música, a banda está empolgada para o lançamento de “Tiro no Escuro”.  “Estamos ansiosos para que o público ouça o som e sinta a intensidade com que tudo foi feito, da música ao videoclipe”, conta Kaneda. “A música para nós é uma arma de libertação, e onde a gente toca a gente sente essa energia junto ao público.”, completa.

Videoclipe

“Tiro no Escuro” chega acompanhada de um videoclipe, dirigido por Luiza Almeida, que já pode ser assistido no canal oficial do MV Bill no YouTube.

A banda conta que Luiza abraçou a proposta imediatamente após ser apresentada à música, e fez um roteiro bem minucioso. “Ela não desgrudou do clipe até reunir uma equipe extremamente comprometida com o tema e um elenco que dispensa comentários… entre eles Ândrea Cordeiro, Junior Vieira, Ian Braga, Miguel Nader, Márcio Vito, Diana Behens, Nádia Bittencourt, Raíza Silva, Leandro Martins…”, conta Kaneda. 

Sobre a gravação do filme, o vocalista da Asfixia Social comenta: “O elenco foi maravilhoso, a equipe de produção e direção fez um trabalho que torna tudo isso ainda mais especial. Todo mundo conectado com a mensagem da música, artistas comprometidos e de luta. E tudo isso pra gente foi um presente, porque sentimos ali naquela atmosfera essa motivação pra seguir em frente e conversar com as pessoas, tocar ao vivo por todo o Brasil, olho no olho”, finaliza. 

CONFIRA A LETRA DE “TIRO NO ESCURO”

Escrita por Asfixia Social e MV Bill

A ignorância é o barato que sai caro, principalmente pra quem não pode pagar.

E vira e mexe paga pra ver.

Na cortina de fumaça mexe com a emoção. Desfigurados, apagados os traços desse chão.

E atrás das grades da programação, sem visão, tem sempre um vacilão que se acha livre.

Deus o livre. Se 2 milênios atrás fosse hoje em dia, um bispo anticristo transmitiria a crucificação.

Canta com a multidão, vai ao delírio.

Dança ao lado da rota ‘que mata a tus hijos’

Marcha com GPS rumo ao abismo.

Traça a própria tragédia com fanatismo.

É um massacre, e a massa nem mano manobra faz. À beira do precipício, tudo propício pro extermínio.

Acorda. A cor da pele. A corda bamba. A corda no pescoço e o tiros contínuos são seletivos.

Chega aí, não silencia. É o fim da monotonia. Um tiro no escuro não é bala perdida, e velados são nossos meninos.

O país é lindo. O povo é o mais feliz. E o mais torturado da história. Pra quem se esqueceu sai da frente que a gente resgata na lata a sua memória.

Refrão: 

Não é premonição, não é pré-munição, é um tiro no escuro.

Um tiro no escuro, não fique na mira.

Encostado no muro ele pega e atira.

Escolha seu lado

e proteja sua vida. Batendo de frente,

Cabeça erguida.

Eu boto fé em você,

eu sempre noto.

A mudança que a gente precisa tá impressa no teu voto.

Vai… Nóiz é mais,

Tamo na guerra pela paz.

Tem santinho na camisa simbolizando satanás!

Então quem que vai dizer, que tamo errado?

Tamo aí pra te mostrar que é lado a lado, então.

Quem que vai dizer que tamo errado?! Tamo aí pra te mostrar que é lado a lado! Plow!

Não é premonição, não é pré-munição, é um tiro no escuro.

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