Lizzo defende seus looks ousados no palco: “eles são políticos e feministas”, leia na íntegra

Os trajes brilhantes, justos e inquestionavelmente glamourosos que Lizzo, costumeiramente, utiliza em seus shows são mais uma declaração do que qualquer outra coisa. 

Em recente entrevista à revista Vanity Fair, em que estampou a capa, a voz do hit ‘About Damn Time’ falou sobre o teor gordofóbico de seus críticos, bem como aqueles que dizem que suas roupas de palco sexualizam as mulheres, chegando a brincar ao dizer “f*da-se eles”.

Lizzo apontou que há uma diferença entre o sexy e o sexualizado: “Quando é sexual, é meu [sobre mim]. Quando é sexualizado, alguém está fazendo comigo ou tomando de mim”, no sentido de que o controle passa a ser de terceiros, a mídia ou uma parte do público. Ainda, ela completa: 

“Mulheres negras são hiper-sexualizadas o tempo todo, bem como masculinizadas simultaneamente. Por causa da estrutura do racismo, se você é magra e mais clara, ou se suas feições são mais delicadas, você está mais perto de ser uma mulher”. 

Lizzo para a Vanity Fair

A vencedora do Grammy, de 34 anos, disse que está vestindo versões de collants de dança para performar desde 2014, já que as coreografias são um grande elemento de seu show. Porém, ela diz que foi bastante inspirada por Beyoncé no clipe de ‘Single Ladies’, de 2008, uma das canções e coreografias mais virais dos últimos tempos: 

“Depois do clipe, parece que se tornou um padrão da indústria para todos. Eu queria ser como uma dançarina e também, ao meus olhos, era meio político e feminista que eu, me mostrasse, uma bailarina completa, vestindo collant, mostrando e celebrando minhas curvas e sendo [quase que uma] campeã olímpica em força resistência e flexibilidade.”

Lizzo ainda diz que seus looks de palco são uma evolução das saias de bananas usadas por Josephine Baker, em 1920, uma das poucas mulheres negras que se sobressaíram em Hollywood na época: “Os movimentos precisam evoluir através das gerações. A cultura muda. Você não pode esperar que um movimento de 1920 seja da mesma forma em 2020. Nós temos que combinar a “rebelião”, porque a rebelião não é nem sequer a mesma”. 

Josephine Baker nos anos 1920

A capa de Lizzo para a Vanity Fair segue as últimas declarações de Kanye West sobre seu peso durante entrevista com Tucker Carlson, na Fox. No programa, o rapper disse que a mídia quer que as pessoas acreditem que um corpo como o de Lizzo é uma nova meta, quando, na verdade, não é saudável: 

“Lizzo treina com meu instrutor, um amigo meu. Quando Lizzo anuncia que perde dez quilos […] os robôs da internet a atacam porque a mídia quer propagar uma percepção de que estar acima do peso é uma nova meta, quando, na verdade, não é saudável. Vamos colocar de lado a moda e a Vogue, o que não é; ou que alguém acha atraente, por seu próprio gosto, não é clinicamente saudável. E para as pessoas que promovem isso, é demoníaco”. 

A cantora não demorou para responder os comentários de West. Durante um show em Toronto, na última sexta-feira, Lizzo comentou que: “Sinto que todos na América estão com a p*rra do meu nome na p*rra da suas bocas por nenhuma p*rra de motivo. Estou cuidando do meu negócio gordo, negro e bonito!”. 

O ensaio de Lizzo para a publicação foi inspirado no estilo glam-rock de David Bowie e na jornalista feminista Gloria Steinem, referenciada em um casaco cromado escrito ‘GO GLORIA’.

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