Uma proposta de decreto legislativo apresentada na Câmara Municipal de São Paulo busca declarar o rapper norte-americano Kanye West “persona non grata” na cidade. A iniciativa, liderada pela vereadora Zoe Martínez (PL), justifica a medida em razão da canção “Heil Hitler”, lançada pelo artista, que, segundo a parlamentar, promove ideologias nazistas e banaliza a violência. A ação surge em um momento em que West tem um show agendado na capital paulista para 29 de novembro.
A controvérsia em torno da música “Heil Hitler”, lançada de forma independente em maio de 2025, levou à sua rápida remoção de diversas plataformas de streaming, como YouTube, Spotify e Apple Music, devido ao seu conteúdo odioso e antissemita, que inclui uma saudação ao líder nazista Adolf Hitler. Essa não é a primeira vez que o rapper se vê envolvido em acusações de antissemitismo; em 2022, ele teve sua conta no X (antigo Twitter) suspensa por publicar uma imagem de uma suástica entrelaçada com a Estrela de Davi, e fez outras declarações polêmicas sobre nazismo e judeus em fevereiro deste ano, pelas quais posteriormente expressou arrependimento.
A repercussão das declarações e da música de Kanye West extrapolou as fronteiras brasileiras. O governo da Austrália, por exemplo, também cancelou o visto do artista, citando a mesma razão para a proibição de sua entrada no país. O ministro da Imigração australiano, Tony Burke, afirmou que não há necessidade de “importar preconceito” para a Austrália, destacando a gravidade das ações do rapper e o repúdio internacional a mensagens de ódio.
Caso seja aprovado, o projeto de decreto em São Paulo fará com que Kanye West seja considerado uma figura indesejada na cidade. A vereadora Zoe Martínez ressalta que São Paulo, conhecida por sua diversidade e acolhimento, não tolerará artistas que flertam com o nazismo ou disseminam discursos de ódio, reforçando os valores de respeito, memória e democracia que a cidade preza.