O recente lançamento do novo filme de Tom Holland, “Uncharted“, acrescentou mais um título a uma longa lista de videogames que ganharam uma versão para o cinema, tendência que vem crescendo no mundo do entretenimento. Mas o casamento entre games e filmes não é novidade: a simbiose entre os dois remonta aos primórdios dos jogos eletrônicos domésticos.
O cinema foi um dos primeiros a enxergar o potencial dos games. Mas não foi o único. Em nossa cultura contemporânea, os jogos são matéria-prima para diversas ramificações de entretenimento. As disputas competitivas, por exemplo, ganharam até um termo próprio – E-sports – e movimentam milhões ao redor do mundo. Não só em vários campeonatos como League of Legends, CS:Go e Call of Duty, mas também nas casas de apostas, onde os fãs podem fazer bets em e-Sports de diversas formas, incluindo apostas tradicionais e ao vivo; em diferentes jogos, ligas e torneios; e em várias categoria, dependendo do título, como vitória, jogador com mais mortes, jogador com mais headshots e muito mais.
Os games também alimentam uma gigantesca indústria de memorabilia – camisetas, chaveiros, posters, bonecos, itens de colecionador e diversos outros objetos que um verdadeiro fã de The Walking Dead (que era um quadrinho, e virou seriado, e virou jogo…) não pode deixar de ter. Essa ligação afetiva vem da enorme capacidade de storytelling dos games. E aqui voltamos ao cinema – onde storytelling é tudo!
Primórdios primitivos
O primeiro jogo a se tornar um filme com pretensões de blockbuster foi Street Fighter. O título da Capcom era febre nos consoles de 16bits dos anos 80. Personagens como Ryu, Ken, M. Bison, Blanka e Chun Li foram facilmente transpostos para as telonas. Mas economizaram no roteirista, e a trama ficou meio tosca. Ainda assim, deu bilheteria suficiente para algumas continuações.
Com o tempo, outros jogos de luta também foram adaptados – Mortal Kombat, Tekken e The King of Fighters. Desses, Mortal Kombat foi quem mais se destacou, mas ficou longe, muito longe de ganhar um Oscar.
Aventuras arqueológicas
Antes de Uncharted, outro game de aventura arqueológica já havia sido convertido em filme, com bom roteiro e atriz decente: Tomb Raider (com a bela Angelina Jolie). A saga ganhou dois filmes e um prequel (esse com a não menos bela Alicia Vikander).
Zona de Zumbi
Numa pegada mais apocalíptica, não dá para não falar de Resident Evil, uma franquia de games com aventuras de agentes secretos enfrentando uma poderosa e misteriosa corporação, a Umbrella, além de um monte de zumbis. Teorias da conspiração, tiros para todo lado e plot twists? Hollywood adorou, e fez seis filmes.
Outros games de terror também pularam para a telona: Slender Man, Terror em Silent Hill, Alone in the Dark e até mesmo o nostálgico e longevo Doom.
Coisa de Criança
Mas nem só de balas e zumbis vive a filmografia dos games. Há títulos que vêm de jogos infantis (mas que todo mundo joga). O balístico Angry Birds virou uma engraçada animação, adaptando cada pássaro a uma personalidade. A mascote da Sega, o veloz ouriço Sonic, também ganhou seu filme em 2020, e já voltou rapidinho, com Sonic 2 este ano. Ratchet e Clank foi adaptado em 2016. Mas com os prêmios conquistados pelo novo game, pode-se esperar um novo filme.
Vira, virou
Mas se os games têm virado filmes, o inverso também é verdadeiro. Filmes e séries têm ganhado suas versões jogáveis. Um dos seriados mais longevos da TV, Os Simpsons, ganhou mais de uma versão de game – primeiro nos antigos arcades, depois nos consoles domésticos e hoje nos celulares. Trinta anos no ar exigem adaptações.
Pikachu e todos os Pokémons também saíram da tela da TV e foram para os videogames. O mesmo aconteceu com os Power Rangers, em suas inúmeras variações sobre o mesmo tema.
A franquia Star Wars não se envergonha de acoplar um jogo novo a cada novo blockbuster produzido. Nem sempre há muita novidade, mas os fãs adoram se transportar para os planetas distantes ou pilotar um X-Wing Fighter.
Hits do cinema como Alien, Ghostbusters e Batman também têm suas adaptações, já que um grande sucesso de bilheteria ajuda a impulsionar as vendas. Entre os seriados, já falamos de The Walking Dead, mas há outros. Entre eles Game of Thrones, jogo baseado na épica série da HBO. Nele, os gamers podem controlar personagens como Jon Snow, Tyrion Lannister e Daenerys Targaryen. Quem sabe assim a série tem um final melhor?