O SPFWN54 será de 16 a 20 de novembro, encerrando o Festival SPFW+IN.PACTOS. Serão 50 desfiles presenciais, além dos fashion filmes digitais. Um novo espaço criado no Shopping Iguatemi reunirá uma sala de desfile e toda a transmissão online do evento, com uma área de estúdios dedicada a produção de conteúdos. O outro hub será no Komplexo Tempo, que terá agora duas salas de desfile, exposições, lounges e uma ampla sala de imprensa.
Na continuidade de processos de transformação trazidos pelo SPFW, o Festival SPFW+IN.PACTOS, de Criatividade, Moda, Arte, Sustentabilidade, Inovação, Conhecimento provocou reflexões sobre compromissos fundamentais: quais as mudanças que precisam ser feitas hoje para atingir as metas de um planeta mais harmonizado até 2030? Nesta edição, uma importante ocupação artística, urbana, com curadoria de Carollina Laureano, colocará foco nos novos pactos e contará com coletivos de artistas racializados, indígenas e trans, transformando a rua em torno do Komplexo em uma galeria a céu aberto.
“Minha participação nessa edição do SPFW se baseia em trazer um olhar da arte contemporânea para a moda, apresentando artistas/es que tem práticas que se aproximam da moda, a fim de discutir identidades e pertencimento. Se até hoje a sociedade Brasil ainda vive sob um pacto colonial que oprime maiorias minorizadas, quais são os novos pactos que devemos criar para um futuro mais plural e qual a responsabilidade da moda nesse contexto? É sobre isso que estou interessada em discutir”, explica Carollina Laureano. Ela integra uma nova geração de curadores contemporâneos. Entre seus principais projetos estão as exposições “Corpo além do corpo”, que discutiu corpos queer e a transexualidade feminina e a busca pelo protagonismo de novos corpos na sociedade, e “A noite não adormecerá jamais nos olhos nossos”, na Galeria Baró, primeira exposição a reunir 20 artistas racializadas em uma galeria comercial para apresentar e discutir a produção de corpos dissidentes dentro do mercado de arte. É curadora adjunta da 13ª. edição da Bienal do Mercosul, mostra que acontece em Porto Alegre em 2022 e curadora do Projeto Expresso e Refúgio, que oferece formação artística ampliada para jovens adolescentes egressos da Fundação Casa.
O SPFW sempre se comprometeu e fez parte dos processos de transformação e inovação nas áreas criativas. Foi a primeira semana de moda a instituir a compensação de carbono, a estabelecer uma idade mínima para a proteção da saúde das modelos e a instituir a equidade racial na passarela, entre outros. Nos últimos anos, o evento vem protagonizando e fomentando as mudanças necessárias às demandas do século 21. As narrativas celebram todas as transformações trazidas pelas novas economias e na indústria criativa, em particular, facilitadas pelas novas ferramentas tecnológicas que aceleram as novas rotinas.
“Estamos conscientes de que os processos dependerão cada vez mais de um movimento circular e colaborativo. É nisso que sempre acreditamos e por isso colocamos o SPFW sempre numa zona de risco para provocar e ampliar os novos pactos individuais e coletivos em torno das metas globais de mudança”, destaca Paulo Borges, criador e diretor do SPFW.