Drew Barrymore sempre terá Steven Spielberg como uma figura paterna em seu coração. Porém, recentemente, a estrela revelou que tentou tornar isso oficial enquanto filmava o clássico, ‘E.T.’.
Em 1982, Barrymore fazia sua estreia nos cinemas no filme de Spielberg e, até hoje, a atriz considera o diretor como a única figura paterna que teve em sua vida.
À revista Vulture, que recentemente fez um longo perfil sobre ela, a atriz revelou que passava os fins de semana entre as filmagens de ‘E.T.’ com Spielberg e que ele deu a ela uma gata chamada Gertie – o mesmo nome de sua personagem.
Além disso, o diretor também a levou para conhecer a Disney e o Knott’s Berry Farm, um parque temático da Califórnia e a reprimiu ao aparecer no escritório usando batom vermelho; ou seja, oferecendo a ela tudo de mais lúdico e estável que uma criança poderia desejar.
Por isso, na época, a pequena Drew chegou a pedir que ele fosse seu pai de verdade, mas ele declinou e, por isso, ela pediu que fosse seu padrinho, para que pudessem ter uma ligação. Enfim, Spielberg aceitou e acompanhou o crescimento turbulento de Barrymore, a qual foi para a reabilitação aos 13 anos.
“Ela ficava acordada bem depois do horário de ir para a cama, ia a lugares que deveria apenas ter ouvido falar a respeito e, numa idade muito tenra, vivia uma vida que penso que roubou sua infância. No entanto, me senti muito impotente porque eu não era o pai dela, eu só poderia ser um conselheiro para ela”, comentou o diretor certa vez.
O pedido não foi feito por um motivo qualquer, uma vez que a família de Drew não apresentava qualquer estabilidade necessária para o crescimento saudável de uma criança.
De acordo com a Vulture, John Barrymore, o pai de Drew, era um ator de sucesso moderado e cimentou o legado da família do ramo da atuação. Porém, era violento e tinha problemas com álcool. A primeira memória de Barrymore sobre ele, é de um momento em que a jogou contra uma parede aos 3 anos de idade.
Ainda, ele segurava sua mão sobre uma vela e dizia que a dor era apenas psicológica e, embora tenha abandonado a mãe da atriz, geralmente reaparecia quando precisava de dinheiro. No fim das contas, John Barrymore acabou por se tornar um excêntrico itinerante, sem teto e descalço, usando limão e azeite para tomar banho.
Já Jaid Barrymore, sua mãe, agia mais como empresário e amiga da atriz, a levando para festas da indústria, boates como o famoso Studio 54, e chegava a ficar com os namorados dela.
Após Drew posar nua para a Playboy em 1995, ela também conseguiu uma capa no mesmo ano, sendo descrita na capa como ‘A Mamãe Sexy de Drew’. Dessa forma, não havia ninguém responsável para dizer não a vida de excessos que ela iniciou muito cedo, como Spielberg citou.
A revista Vulture conta que Drew bebeu sua primeira taça de champanhe aos 8 anos de idade e começou a usar drogas aos 12. De acordo com a atriz, isso a permitia “voar acima da depressão e da tristeza”. Por isso, foi colocada na reabilitação aos 13 anos, onde ficou por um ano e meio entre idas e vindas, especialmente porque não parou de trabalhar à época.
Ao sair da reabilitação, mas sem um lugar para ficar por conta de um problema de seguro, Drew foi acolhida pelo músico, David Crosby e sua esposa, Jan Dance, que atuaram como companheiros sóbrios para a atriz, já que ela não estava pronta para terminar o tratamento:
“Nós a levamos para a escola de manhã e tentamos ser uma influência. Acho que fomos gentis e amorosos e foi bom fazer isso. Você tenta fazer as coisas e não tem certeza de como vai funcionar. [Mas] Acho que essa funcionou. Acho que ela se tornou um ser humano responsável e uma pessoa legal”, contou ao Howard Stern Show.
Em sua biografia de 1990, intitulada ‘Little Girl Lost’, Barrymore relembrou que Crosby e sua esposa foram essenciais em sua recuperação:
“Crosby. David e sua esposa Jan, ambos amigos íntimos da minha terapeuta, Betty, atuaram como uma equipe de apoio inestimável para mim, como pais substitutos. Eles sempre estiveram lá para mim”, descreveu a atriz.
Tendo tudo isso em vista, é possível compreender como a estabilidade representada por Steven Spielberg foi apelativa para a jovem Drew Barrymore, que conseguiu se emancipar dos pais aos 14 anos.