O EP traz a visão da artista sobre a resistência negra: ela também está presente no afeto, nas formas de amar e em como falar sobre amor. Durante o trabalho existem reflexões sobre identidade, identificação, paranoias e neuroses sobre os processos que compõem um relacionamento e a construção de uma comunidade, ela diz que “não é só sobre se relacionar com pessoas pretas, estar com pessoas pretas, formar comunidade com essas pessoas”.
“É um disco bem diferente do trabalho que eu fazia, que era um trabalho muito de militância, de enfrentamento. Eu decidi falar sobre afeto porque acredito que o afeto seja uma forma de militância também”, comenta a artista.
A música, que é a primeira do disco, conta sobre um amor conturbado, com ligações na madrugada e uma saudade que não tem quem supre. A canção expõe indagações e confusões que chegam com o fim de um relacionamento afetivo, falando sobre conflitos, dúvidas e reconciliações que foram geradas ao longo da relação. O clipe foi produzido pela Firme Conteúdo, com styling e beleza pela fotógrafa Maria Reis, conta com a participação especial de Lupita Amorim, mulher negra e trans, e do ator, também negro, Guilherme Sampaio.
“Penso que para outras mulheres como eu, outras travestis e mulheres trans, se verem representadas assim num relacionamento, num videoclipe, seja muito bom”, observa Lupita.