#PFBReview – Ariana Grande não está a cara do perigo, mas soa bem parecida com ele em "Dangerous Woman", sua nova música

Coelhos não são tão perigosos assim, mas podem ser (muito) divertidos.

Depois da defasagem monstruosa com o single passado – Focus – que chegou a estrear bem em sua primeira semana, mas logo em seguida ladeirou nas paradas e sequer teve tempo para respirar direito nas pistas de dança, em meio a lançamentos épicos de Justin Bieber e Adele, a nossa última garota que ficou má – ou pelo menos tentou ficar – favorita, Ariana Grande está pronta para decolar de vez com sua terceira era.

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De rabo de cavalo alto inseparável, extensões loiras invejáveis, olhar meigo e traços até excessivamente delicados, que até hoje tornam difícil acreditar que ela pode mesmo ter mais de 15 anos, Ariana não é alguém que definiríamos bem como uma mulher perigosa, mesmo que, ironicamente, uma Dangerous Woman seja sua nova logo.

Já tendo se despedido de um de seus discos mais bem-sucedidos, My Everything (2014), que contou com o smash hit global Problem, com a rapper Iggy Azalea, além de Break Free, com Zedd, Bang Bang, com Jessie J e Nicki Minaj, e Love Me Harder, com The Weeknd (quantas colaborações de peso, hein?) a protagonista do infame DonutGate ressurgiu esta madrugada após alguns meses de reavaliação de estratégias apostando na sua segunda “grande” reinvenção.

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Enquanto do R&B pós-anos 2000 de The Way passamos para os saxofones agressivos e o Hip-Hop comercial de Problem, que se estendeu na descartável e insossa Focus, agora lidamos com jazz classudo e elementos de rock modernista que, mesmo se perdendo numa capa nada expressiva, são os temperos mais frescos – e novos atrativos – que Ariana encontrou para exibir além da própria voz em 2016.

Remetendo ainda a Kiss It Better, de Rihanna, a faixa, que é produção carimbada dos moguls do pop Max Martin e Shellback, é enganosa num bom sentido, se é que isso faz qualquer sentido: mesmo já sabendo, de antemão, que não estamos à frente do próximo grande impacto visual da cultura de massa, somos atraídos, sem chance de defesa, pelo requinte e sumptuosidade da faixa, que está sendo interpretada por alguém fantasiada de coelhinha, sim, mas que poderia muito bem estar acompanhada de uma capa, adagas e combatendo o crime (ou arrasando, com sucesso, o coração de homens bem-intencionados).

“All girls wanna be like that, bad girls underneath like that”

Talvez estejamos até subestimando Grande: na música ela confessa que tem segredos que ainda não desvendamos, e quem sabe a tal “garota má” escondida pode dar finalmente as caras qualquer dia desses, e nos fazer entender, de uma vez por todas, o que há de tão ameaçador assim em coelhos e látex industrial. Mas, de qualquer forma, Woman tem indiscutivelmente algum valor artístico e já é um passo além de Focus, o que agrega, querendo ou não, alguns pontos a mais no currículo genérico da moça.

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Dangerous Woman é o novo single e álbum de Ariana, que, diferentemente dos dois primeiros, conta com ela de olhos bem abertos nas imagens promocionais. Temos o direito de ser ainda mais exigentes e esperar que, no próximo, haja um pouco mais de cor também? A boa notícia é que, provavelmente, teremos mais Dangerous Woman‘s que Focus‘s, que, inclusive, foi rebaixada a faixa bônus da edição japonesa.

O lançamento do novo Moonlight está marcado para o dia 20 de maio.

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