Se passaram três anos desde que Kerli compartilhou oficialmente seu último trabalho de estúdio, o EP Utopia”. A estoniana nesse meio tempo conseguiu se tornar uma artista independente em meio ao descaso de sua antiga gravadora e também questões que só seriam resolvidas com o fim do contrato com sua antiga gerenciadora de carreiras. E hoje (19), ela retorna com o primeiro single dessa sua nova fase, intitulado Feral Hearts.
A música abre os trabalhos do seu segundo álbum.
O primeiro, Love Is Dead, chegou às lojas ainda em 2008 e a revelou ao estrelato com as canções como Army of Love e Walking On Air, o seu mais conhecido sucesso. Junto de seu clipe, Feral Hearts traz de volta junto o misticismo e também as grandes inspirações de Kerli no conceito mais surreal, de fadas, unicórnios e espíritos de luz, porém, de uma nova forma, diferente do que fez há alguns anos. Em nova entrevista ao Portal Famosos, Kerli contou um pouco mais sobre o processo de criação do seu novo registro, além de também sobre a faixa que abre os trabalhos desse projeto inédito.
Feral Hearts é um pouco diferente do seu primeiro disco e também da sonoridade do carro-chefe do Utopia, The Lucky Ones. Como você descreve sua sonoridade agora e contexto de que está guiando sua carreira nessa nova fase?
“Tudo é diferente para mim agora. Aos 16 anos, eu saí da minha casa na Estônia. Depois de viajar o mundo vivendo em diferentes partes dele, eu finalmente voltei para minhas origens, a minha casa”, disse ela. “No ano passado, estive vivendo em uma floresta do país, criando canções e produzindo a parte visual deste novo álbum, vivendo de modo simples, sem água potável ou eletricidade. Então, esta arte que estou compartilhando com o mundo é algo diferente de tudo que já criei, vem de dentro do meu coração, do meu centro, da minha essência. Então, espero que o mundo experiencie esta música, esquece as cores e sons antigas, abrindo portas para a alma xamanista de onde vim”.
Você é uma artista independente agora, mas antes você sofreu vários problemas a respeito do descaso com sua antiga gravadora, quando queria lançar algo para seus fãs e era proibida por questões de contrato. Agora que isso acabou, como é finalmente ter controle de seus lançamentos sem interrupções, poder experimentar e como você se sente a respeito disso?
“Isso é maravilhoso. No passado, eu cheguei a um ponto que eu simplesmente odiava o negócio da música. Isso parece organizado de fora, mas nunca foi para mim. Desde que eu tinha apenas 15 anos eu saia assinando com uma gravadora e outra. Eu fiquei triste por ser apenas um objeto em meio a esses executivos que só pensam em dinheiro por tudo que fazem. Foi algo assustador sair disso. Eu fiquei doente e a partir disso considerei que eu deveria realmente fazer arte, a minha arte. Eu fechei as portas de tudo que não estava me fazendo bem, e aqui estou. A partir do momento que eu fui para a floresta para me purificar e limpar as coisas que não me faziam bem, dia por dia, eu fui encontrando força para fazer algo especial para meus Moonchildrem [fãs] de novo. É muito mais trabalhoso ser um artista independente, mas agora eu só tenho compromisso com a minha própria alma e isso é muito bom.”
Seu estilo é basicamente de “uma fada do século 21”. Encontraremos isso em seu novo disco? Você voltará a ser uma artista mística nele?
“Eu amei isso de “fada do século XXI! Isso foi um ótimo elogio, obrigada! Sim, este álbum é a mais crua e honesta verdade que eu já fiz e eu nunca estive tão orgulhosa do que eu fiz até agora!!”
O que os fãs de Love Is Dead e Utopia poderão esperar deste trabalho novo?
“Eu sinto que neste álbum eu estou criando coisas que vão agradar os fãs de ambos, tanto algo mais profundo quanto o Love Is Dead quando o conceito mais eletrônico de Utopia. A diferença nesta trabalho é que é há mais inspirações nele, minha alma está mais viva do que nunca, pois a magia da minha terra está nele. Estou muito ansiosa para compartilhar com vocês este trabalho.”
O clipe de Feral Hearts foi gravado na Estônia, sua terra natal. Como você se sente voltando para suas origens de uma forma tão intensa? O que mudou desde quando você saiu e agora?
“Eu me senti incrivelmente muito bem-vinda quando voltei para cá. E não por conta das pessoas que me amam ou me odeiam, mas a terra, o espírito da natureza, que é muito poderoso. Vejam só, nós temos algo em comum, a Estônia e o Brasil. Eu me sento como os brasileiros que lutam por defender a natureza e as incríveis florestas onde vivem em meio as pessoas que são famintas apenas por dinheiro. Nós devemos manter a manter a antiga magia viva, e isso é mais real do que pensamos. Eu atualmente penso em fazer amizade com os espíritos da natureza no Brasil. Talvez eu encontre uma casa na natureza e faça meu próximo álbum aí. Falando sobre o conceito do vídeo, ele fará muito mais sentido com a música junto. Eu trabalhei muito na produção, porque isso foi muito especial para mim.”
Feral Hearts é uma grande balada e como você disse, o álbum vai satisfazer os fãs antigos. Poderemos encontrar canções dançantes como Zero Gravity neste novo disco?
“Vamos ver. Talvez não tenhamos algo que soe como uma grande rave, mas algo que venha a ser mais apropriado para uma festa pagã insana nas florestas místicas”
Pode definir o seu novo álbum em três palavras essenciais que complementar o projeto?
“Honesto. Cru. Mágico.”
“Obrigada!! Eu amo meus Moonchildrem!! Vocês me mantém firme quando em penso em desistir. Amor. Intregridade. União.”