Julia Roberts é um tesouro americano. Se era necessário mais provas disso, não é mais: nos anos 60, o parto daquela que viria a ser a vencedora do Oscar foi pago pelos ícones da militância por direitos civis, Martin Luther King Jr. e sua esposa, Coretta Scott King.
Tal fato foi revelado durante um especial, que ocorreu em Setembro, para o History Channel, onde Julia rememora a história pouco conhecida para a apresentadora, Gayle King, e explicou os motivos para isso ter acontecido.
“A família King pagou a conta do meu hospital. Martin Luther King e Coretta.”, Roberts disse, explicando que seus pais, Walter e Betty Lou, eram amigos dos King porque possuíam uma escola de teatro em Atlanta, a Actors and Writers’ Workshop, que era uma das poucas da época, senão a única, a aceitar as crianças da família King.
Então, quando Julia nasceu e os Roberts não podiam arcar com os custos do hospital, os King assumiram a conta: “Eles todos se tornaram amigos e nos ajudaram muito”.
A atriz, em sua infância, se tornou amiga de Yolanda King, a filha mais velha de Martin Luther King, que faleceu em 2007, por conta de complicações relacionadas à uma doença cardíaca crônica. Yolanda estrelou uma peça produzida pela escola de teatro dos pais de Julia, onde tinha que beijar um ator branco, o que levou um membro da ‘KKK’ a explodir um carro na frente do teatro.
“Nos anos 60, não se tinha crianças negras interagindo com crianças brancas na escola de atuação”, Gayle apontou. “Os pais de Julia aceitavam e acho que isso é extraordinário, e constrói as bases para a pessoa que Julia é”.
Nos anos 90, auge de sua carreira, a atriz entrou em conflito com o país por chamar a cidade de Abeville, na Carolina do Sul, de “terrivelmente racista” e “um inferno vivo”, após um amigo seu não ser servido em um restaurante por ser negro. Na época, Yolanda comentou sobre o assunto na CNN: “Eu posso vê-la fazendo isso. Eu posso ver isso saindo dela e com toda a razão”.
Ainda, a própria Julia Roberts fez uma declaração: “Eu nasci no Sul, então, de forma alguma, estou tentando criar um estereótipo. Eu fiquei chocada que esse tipo de tratamento ainda exista na América nos anos 90 – seja no Sul ou em qualquer outro lugar”.
Enfim, de repente, uma aula de História.