Quando você para e pensa em videogame, uma das primeiras memórias que vem na cabeça é o simpático encanador bigodudo criado pela Nintendo em 1983 por Shigeru Miyamoto. Todo ano é categórico dizer que terá algum lançamento da franquia: Seja um derivado de “Super Mario Bros.” ou um “Mario Party”, ele é um dos mais queridos e mais amados por todas as idades.
Então, imagina só quão não foi a surpresa de todos quando foi anunciado que um filme de “Super Mario Bros.” Estava em produção pela Ilumination junto com a Universal Pictures, dona de títulos como “Minions”, “Sing” e “Meu Malvado Favorito”. Um fato curioso: O filme já tinha ganhado uma versão ( que foi um fiasco) em live-action em 1993 e caiu no ostracismo. Na animação, por tanto, as expectativas eram altas. E posso falar: Foi cumprida.
Embora na página do Rotten Tomatoes o filme esteja amargando com 55% de aprovação da crítica, baseado em 176 reviews, a aprovação do público chegou em 96%, com mais de 2500 avaliações. E assim, convenhamos, nem sempre a crítica vai entender as intenções de um filme como este. Como o título já diz, é uma carta de amor a todos os fãs do querido Mario.
Neste aqui os easter-eggs estão por toda a parte, e arrisco dizer que é quase impossível contabilizar todos eles em uma vez que você assiste. Dos mais aficionados até os menos, irão localizar cenários, itens, paisagens, momentos e tantas outras referências aos jogos. Algumas alterações são feitas em prol dos tempos modernos que vivemos, e ainda bem!
Se em outras décadas as mulheres eram representadas como uma donzela indefesa que gritava e clamava pelo seu guerreiro de armadura o salvar, e aqui tem para todos os gostos: Desde “Branca de Neve” até “Penélope Charmosa”, todas elas tinham essa inocência que as colocavam como alguém que não sabia se defender… Aqui a Princesa Peach é um dos maiores plot twists da história e do enredo. Ela sempre precisa ser salva em algum momento nos games, porém, aqui ela tem a sua independência e não quer que seja roubado a sua forma de defender: Ela tem seus power-ups, looks variados, e artimanhas que deixa todo mundo admirado pela grande força que ela representa.
Mario é um personagem que também é construído de forma heroica, afinal de contas, ele é quem tem que salvar o dia no final das mãos do terrível Bowser. Além de que ele tem uma jornada do herói pessoal: Ao chegar no Reino dos Cogumelos ele tem uma missão importante que é localizar seu irmão, o atrapalhado Luigi.
E aí sim temos essa conveniência de roteiro: Luigi é mais um personagem side kick. Ele serve de escada para seu irmão ter um grande destaque, passando grande parte do tempo bem distante dos holofotes, o que é um defeito, afinal de contas ele tem fãs também, ganhou até seu spin-off nos vídeo games (“Luigi’s Mansion). Toad é outro personagem que ficou com o alívio cômico básico e quase esquecível, mas, arriscaria dizer que ele tem muito mais impacto que o irmão do protagonista.
E no fim, Donkey Kong é um querido. Ele não é um personagem que vai ter uma grande aprovação, talvez poucos o coloquem como favorito, mas, as referencias aos seus jogos são muito claras, e sua participação no filme vem recheada de carinho por um dos mais queridos nesta jornada.
Sem dar spoilers, “Super Mario Bros.” Vai encantar diversas gerações. As cores e a animação leva os pequenos a ficarem vidrados no filme. Mas, é bem claro: O filme é um fan service e entrega o que promete. As gerações que cresceram com o simpático que fala “It’s Me, Mario” e tem aquele sotaque inesquecível vão sair apaixonadas e desejando que possam vivenciar essa experiência mais e mais vezes.