Em 2015 – há quase dois anos – Major Lazer, DJ Snake e MØ ditaram um novo rumo para o pop internacional. Com “Lean On“, os artistas popularizaram o tal do “EDM Trap”.
Trap é um subgênero musical do hip hop que se originou na década de 1990 no sul dos Estados Unidos – que combina ritmos de diferentes musicas, sons, efeitos vocais e incorpora um extenso uso de sintetizadores e melodias bem desalinhadas. Ganhou popularidade em meados de 2007 entre rappers.
No entanto, em 2012, um novo movimento de produtores e DJs de música eletrônica – como DJ Snake e Diplo – surgiu e começou a incorporar elementos da música trap em suas obras, como na própria “Lean On“. Essas novas ramificações do gênero ganhou popularidade viral e fez seu impacto notável sobre o cenário pop.
Inicialmente rotulada apenas como “trap” por produtores e fãs, o termo confundiu – e até irritou – apreciadores das faixas mais voltadas para o hip hop. Por conta da ‘confusão’, a nova febre musical passou a ser qualificada como “EDM Trap“, para distingui-lo de outras ramificações deste estilo.
E o EDM trap segue em alta até os dias atuais, com grandes artistas apresentando mais do mesmo.
O estilo é bacana, é suave, é harmônico… bom para dançar, bom para ouvir. Mas não chegou a hora de uma grande virada? Até quando ouviremos “Lean Ons” repaginadas entre os lançamentos pop?
https://www.youtube.com/watch?v=uyzUlYsRU1U
“O EDM Trap usa, abusa e brinca bastante com efeitos vocais, como este feito por Ariana Grande junto com Diplo em parceria não divulgada”.
Podemos listar uma infinidade de lançamentos deste gênero que estouraram no mercado mundial neste ano. Temos Mike Posner, com “I Took a Pill in Ibiza“; Martin Garrix & Bebe Rexha, com “In the Name of Love“; Steve Aoki e Louis Tomlinson, com “Just Hold On“; Zara Larsson, com “I Would Like“; Hailee Steinfield, Grey e Zedd, com “Starving“; Sean Paul e Dua Lipa, com “No Lie” e Maroon 5 – quem diria – com Don´t Wanna Know.
Até artistas considerados, até então, mais alternativos, resolveram aderir à moda. Como Clean Bandit, que lançou junto com Sean Paul e Anne Marie, “Rockabye“, Icona Pop, com “Brightside” e The Veronica´s em “On your side“. Outros exemplos bacanas são Cashmere Cat e Selena Gomez com “Trust Nobody” e até mesmo DJ Snake e Major Lazer, os mesmos de “Lean On“, na parceria com Justin Bieber em “Let Me Love You” e com Nyla & Fuse ODG em “Light It Up“, respectivamente.
Falando em Justin Bieber e Selena Gomez, os cantores abraçaram este estilo em seus últimos álbuns. Com “Purpose” e “Revival“, o ex-casal elevou o EDM Trap para outro patamar. E foram seguidos por outros monstros da música como Britney Spears, em “Glory“. E deve ser utilizado nos álbuns de Fergie – vide o single “Life Goes On” -, Shakira – vide o single “Chantaje” – e Ed Sheeran – vide o novo single “Shape Of You“.
Apesar de batido, o gênero musical deu para Ed Sheeran o topo do chart mais famoso do mundo, o Billboard Hot 100.
Enfim, temos grandes lançamentos, grandes personalidades da música fazendo seu ‘come back’ e… mais do mesmo.
Possivelmente a última vez que presenciamos um fenômeno parecido foi em 2007, com o também casal de ex-namorados Justin Timberlake e Britney Spears. Ele com “Sexy Back“. Ela com “Gimme More“. Aliás, apesar do período difícil que enfrentava, Britney Spears lançou em 2007 o álbum considerado por muitos uma bíblia do pop. “Blackout” trouxe à tona as batidas dançantes e sintetizadores de voz utilizados em tantas outras musicas. Um estilo que foi seguido por artistas em anos posteriores como Taio Cruz, Chris Brown, Usher, Flo Rida, Kesha, Black Eyed Peas, Lady Gaga e até mesmo Madonna – que citou em entrevista sua vontade em fazer um álbum com a mesma energia do quinto álbum de estúdio da princesa do pop. Tantos outros artistas nesta linha, e inúmeros hits de sucesso que marcaram a época.
Voltando para 2017, o fato é que o mercado já mostra uma saturação no gênero EDM Trap. Quem vai ser o artista a ditar a nova moda? Não sabemos. Beyoncé, Rihanna e Lady Gaga lançaram álbuns que fugiram do tradicional. Em grande parte da mídia foram elogiadas, mas não devem ser seguidas em estilo por outros cantores.
Para este ano, temos o retorno de Katy Perry. Das pequenas amostras já apresentadas, há algo novo. Diferente. E o diferente pode ser inovador, sem ser conceitual. “Blackout“, “Purpose” e “Revival” mostram isso.
Vamos aguardar as cenas do próximo capítulo do pop mundial, que ainda espera o novo álbum de outro ícone da música, Taylor Swift.
Artigos pesquisados:
– Alex Pappademas (4 de novembro de 2011). «Lex Luger Can Write a Hit Rap Song in the Time It Takes to Read This». NY Times.
– Kat Bein. «Top Five Trap Stars at Ultra Music Festival 2013». Miami New Times.
– «What is Trap Music? Trap Music Explained». Run The Trap.