O aguardado filme “Eddington”, dirigido por Ari Aster, conhecido por obras como “Hereditário” e “Midsommar”, promete mergulhar o público em um faroeste contemporâneo ambientado em maio de 2020, em meio à eclosão da pandemia de COVID-19. A produção, que estreou no Festival de Cinema de Cannes, apresenta um elenco de peso, com Joaquin Phoenix e Pedro Pascal nos papéis centrais, ao lado de talentos como Emma Stone, Austin Butler e Luke Grimes. A trama se desenrola na fictícia cidade de Eddington, Novo México, onde as profundas divisões sociais e políticas da época vêm à tona.
A narrativa de “Eddington” foca no acirrado conflito entre o xerife conservador Joe Cross (Joaquin Phoenix), que se opõe ao uso de máscaras, e o progressista prefeito Ted Garcia (Pedro Pascal), que busca a reeleição. A rivalidade entre os dois, impulsionada por visões divergentes sobre o gerenciamento da pandemia e a proposta de construção de um centro de dados de IA, rapidamente degenera em um estado de agitação civil. O filme, que transita entre a sátira política e o drama psicológico, reflete a desconfiança generalizada e a propagação de desinformação que marcaram aquele período.
Além do embate central, “Eddington” aborda questões sensíveis como os protestos do movimento Black Lives Matter e as diversas teorias da conspiração que ganharam força na era digital. A obra de Aster explora como a paranoia e as fraturas culturais impactaram a vida em pequenas comunidades, levando a um confronto violento que, em determinado momento, se transforma em uma investigação de assassinato. A direção de Aster, por sua vez, é elogiada por sua capacidade de criar uma atmosfera de inquietação e por sua perspicácia em dissecar as neuroses de uma nação em crise.
Com previsão de lançamento nos cinemas dos EUA em 18 de julho de 2025, “Eddington” tem recebido críticas mistas, um reflexo de sua abordagem ousada e, por vezes, desafiadora. Enquanto alguns críticos aplaudem a relevância política do filme e as atuações impactantes, outros apontam para uma possível falta de coerência ou o excesso de ideias. No entanto, é inegável que o filme se destaca por sua audácia em revisitar um período tão complexo da história recente, oferecendo uma reflexão ácida sobre a natureza da verdade e da divisão em nossa sociedade.