Quando Miley Cyrus anunciou que iria iniciar 2023 com o lançamento do single ‘Flowers’ para preceder o álbum ‘Endless Summer Vacation’, as notícias logo mudaram de “Miley irá chegar com um single novo” para “Miley irá chegar com um lead-single novo”, o que é mais importante ainda.
Tudo isso porque, segundo a Billboard, a maior parte da carreira de Cyrus é marcada por grandes mudanças de sonoridade e estilo, com claras demarcações entre eras e diferenças na persona pública que a pop star adota para cada um a partir do lançamento dos singles.
De seus dias na Disney – quando canções como ‘See You Again’ e ‘7 Things’ apontavam suas aspirações comerciais como estrela teen – a “surtos de descuido”, que na verdade, foram muito bem planejados, como ‘Bangerz’, os primeiros anos da carreira de Miley foram acompanhados de mudanças afiadas em seu som e atitude, especialmente para denotar certa maturidade em seus trabalhos.
Enquanto continuou a evoluir, a publicação aponta como Miley mergulhou de cabeça na psicodelia, no country-pop e no rock-retrô, os quais foram seguidos por corpos de trabalho consistentes. “Agora, ‘Flowers aponta para onde Cyrus, atualmente um dos metamorfos mais fascinantes da música popular, está indo a seguir”, aponta a revista.
Considerando qual dos singles de Miley melhor ilustram seu poder de estrela do pop mais efetivamente, a Billboard ranqueou todos os seus oito lead-singles, daqueles que realmente são considerados prévias de seus trabalhos aos que se sobressaem como peças únicas em seu catálogo musical. Confira:
8. ‘Dooo It!’
“‘Miley Cyrus & Her Dead Petz’ foi um bagunça gloriosa – um lançamento independente, caótico e orgulhosamente drogado feito com o The Flaming Lips, que levantou um dedo do meio às expectativas para o sucessor do ‘Bangerz’. Partes do álbum são brilhantes (‘Lighter’ ainda é uma das melhores músicas pop de Cyrus), outras partes são inaudíveis (quase cinco minutos de ‘Milky Milky Milky’ é difícil de lidar) e ‘Dooo It’, o lead-single que Cyrus lançou enquanto apresentava o VMA 2015, encapsula os dramáticos arranjos altos e baixos em um espaço de tempo relativamente curto. A canção nunca avança realmente, mas algumas de suas exclamações ainda são uma explosão para gritar junto quando os alto-falantes estão ligados”.
7. ‘7 Things’
“Em um tempo onde estrelas da Disney, como Jonas Brothers e Demi Lovato, estavam lançando hits pop-rock para toda a família, Cyrus deixou seu alter-ego de lado e se juntou à sonoridade também. ‘7 Things’ transforma o drama adolescente em um produto inteiramente propulsor, com Miley falando sobre os piores defeitos de seu amor até se render e admitir seus sentimentos; a emoção intensificada funciona e implora ao ouvinte para subir a bordo para o refrão. Lançada um ano antes de ‘Party in the U.S.A.’, se tornando seu verdadeiro sucesso pós-Hannah Montana, ‘7 Things’ continua como uma favorita dos fãs atualmente e uma precursora de coisas ainda maiores para a pop-star que florescia.”
6. ‘Malibu’
“Depois do lançamento do ‘Bangerz’ transformar Cyrus em uma party-girl do topo das paradas e ‘Dead Petz’ causar um desvio nesta viagem, ‘Malibu’ agiu como o limpador desta paleta com seus limites mais soft-rock sinalizando uma visão mais calma e madura. ‘Malibu’ é feita para evocar o pôr do sol da Califórnia em arranjos gentilmente tocados, uma imagem oceânica e uma abordagem lírica, na qual Cyrus implora por um momento perfeito que continue para sempre. E, enquanto lead-single do álbum de 2017, ‘Younger Now’, não tem o tipo de gancho que Cyrus fez como seu cartão de visitas, a graça radiofônica de ‘Malibu’ se destaca em seu catálogo e é sempre uma boa surpresa quando começa a tocar.”
5. ‘Flowers’
“Cyrus lançou ‘Flowers’, o lead-single de seu oitavo álbum de estúdio, ‘Endless Summer Vacation’, no aniversário de seu ex-marido, Liam Hemsworth; este detalhe está sendo altamente interpretado como uma shade para o ator, mas a canção foca, de fato, muito mais em autosustentabilidade do que em vingança, conferindo a melancólica canção de 2019, ‘Slide Away’ um olhar mais assertivo. ‘Sem remorso, sem arrependimento / Eu perdoo cada palavra que você disse’, Cyrus canta em um sutil arranjo disco-pop que sustenta seus passos adiante. […] O single também engana qualquer ouvinte que espera uma reinvenção completa – este é um pop robusto e sussurrante e cativa sem sinos ou assobios”.
4. ‘Can’t Be Tamed’
“Mesmo que tenha alcançado o top 10 da Billboard Hot 100, ‘Can’t Be Tamed’ é, discutivelmente, o lead-single de menos sucesso de Cyrus, considerando o quão ridicularizada a música e a metáfora desajeitada foram, se tornando um marco adulto distante de sua marca na Disney, ou como seu álbum de 2010, da mesma época, foi desolado de qualquer outro crossover de hits que deveria continuar seu momento de ‘Party in the U.S.A.’, do ano anterior. Na contramão, no entanto? ‘Can’t Be Tamed’ entregou uma declaração de independência dance-pop pulsante, que lembra o som do ‘Blackout’ de Britney Spears (sempre uma coisa boa) e também apontou para a ascensão do EDM nos anos seguintes. A era ‘Can’t Be Tamed’ de Miley Cyrus pode ter sido um fracasso comercial naquela época, mas seu single principal ainda é um sucesso hoje.”
3. ‘Midnight Sky’
“Tudo sobre a era ‘Plastic Hearts’ foi tocado pelas forças artísticas de Miley, como uma estudante de composição dos anos 70, que entende a estética maior do que a vida no glam-rock e a atitude desafiadora necessária para atrair totalmente o público. E, por extensão, ‘Midnight Sky’ previu perfeitamente aquela era – seu brilho legal de synth-pop elevando o rosnado experiente de Cyrus […], puxando toneladas de influências reminiscentes, ao mesmo tempo em que mantém um foco claro em evocar Stevie Nicks por toda a parte (Cyrus até lançou um mashup de ‘Midnight Sky’ e ‘Edge of Seventeen’, intitulado ‘Edge of Midnight’, logo depois de ‘Plastic Hearts’). ‘Midnight Sky’ continua a envelhecer bem, evoluindo de uma nostalgia lógica de Cyrus em um clima estiloso e duradouro.”
2. ‘See You Again’
“O single de estreia de Cyrus e lead-single do álbum intitulado ‘Meet Miley Cyrus’ deveria ter nos preparado de que grandes coisas estariam no mercado – depois de tudo, a faixa dance-rock, lançado quando a estrela da Disney tinha apenas 14 anos, transcende o pop adolescente tradicional e se transforma em uma rave para todas as idades quando chega no refrão. Parte desse efeito vertiginoso vem dos detalhes magistrais da música, desde o som forte da guitarra até os vocais de apoio cadenciados […] Mesmo em uma idade jovem, Cyrus comanda a música, sabendo quando fingir ser tímida na frente de um crush e quando demonstrar sua determinação. ‘See You Again’ segue sendo uma das favoritas do karaokê, bem como faixa de academia subestimada e uma humilde saudação aos melhores amigos chamados ‘Leslie’. É também o primeiro hit da carreira de Cyrus a adentrar o Top da Billboard Hot 100 e é mais do que digno dessa distinção.”
1. ‘We Can’t Stop’
“Não importa o quanto você concorde com este ranking ou ache que está totalmente fora de compasso com a realidade, uma coisa é indiscutível: nenhum outro single de Cyrus é tão crucial em sua carreira quanto ‘We Can’t Stop’. Seguindo a decepcionante performance do álbum ‘Can’t Be Tamed’, Cyrus transformou completamente sua estética ao recrutar Mike Will Made-It e dar uma festa de hip-hop – e que se danem os haters. Grills, twerking, referências veladas às drogas e alegações de apropriação cultural se seguiram, mas também tiveram enormes retornos comerciais para seu álbum ‘Bangerz’, já que ‘We Can’t Stop’ e sua balada poderosa, ‘Wrecking Ball’ se tornaram duas canções definitivas de 2013.
Tirar ‘We Can’t Stop’ do contexto de seu lançamento pode ser difícil, mas o fato é que, a música se tornou tão popular porque sua colagem de sons hedonistas é muito eficaz: você pode se perder em suas batidas uivantes, no pré-refrão melódico e na ponte sarcástica, esteja em um clube com amigos ou em casa ouvindo em fones de ouvido. E no centro de tudo isso está Cyrus, incendiando sua imagem de criança com alegria e exibindo positividade corporal de forma descarada. Além de ser um momento fundamental em sua carreira, ‘We Can’t Stop’ ainda é uma explosão – apesar de comprometer parte da sonoridade de Cyrus, tem o brilho pop para fazer isso.”