Ocorreu, nesta segunda-feira, dia 17, a primeira parte do julgamento envolvendo o jogador Neymar Júnior, dirigentes de seus antigos clubes, Barcelona e Santos FC, e a empresa gerida por seus pais, Neymar e Nadine Gonçalves.
A polêmica judicial vem se desenrolando desde meados de 2013, quando o jogador foi comprado pelo Barcelona. Na época, o grupo DIS possuía 40% dos direitos econômicos de Neymar, desde 2009, quando ainda era uma promessa do Santos FC, seu primeiro clube.
Devido à negociação com o time espanhol, para o qual foi efetivamente transferido por 17,1 milhões de euros, o proprietário dos referidos direitos recebeu 6,84 milhões de euros.
No entanto, houve um mal entendido nas informações, uma vez que o próprio Barcelona divulgou que a transação, na verdade, teria sido feita por 57 milhões de euros e os 40 milhões de euros restantes teriam sido pagos à N&N, empresa dos pais de Neymar Júnior.
Ocorre que, com o início das investigações sobre o caso, após denúncia do grupo DIS, que acredita ter sido lesado na transação, foi descoberto que a negociação para que Neymar fosse para o Barcelona teria chegado a 86,2 milhões de euros, pagos em forma de direitos de imagem para o mesmo, acordos do time com a Fundação Instituto Neymar Jr., direitos de preferência por jogadores da base santista, comissões para agentes e outros.
Caso a negociação tenha realmente chegado a tal patamar, o grupo DIS, responsável pela primeira ação contra Neymar em 2017, deveria ter recebido 34,5 milhões de euros.
O jogador e os demais envolvidos na negociação são acusados do crime de corrupção empresarial pelo Ministério Público da Espanha, que pede dois anos de prisão para o capitão da seleção brasileira de futebol e o pagamento de multa de 10 milhões de euros aos cofres públicos do país.
Ademais, o grupo DIS pede a restituição de 35 milhões de euros, que acredita ter perdido em decorrência da simulação supostamente feita pelo Barcelona, o Santos e a empresa dos pais de Neymar, além de cinco anos de prisão, tanto para Neymar quanto para ex-presidentes do Barcelona.
O caso resultou na demissão do presidente do Barcelona, Sandro Rossel, na época da contratação, bem como o desgaste da imagem de Neymar no país.
Os advogados do jogador Neymar alegam que a Espanha não tem competência territorial para julgar o caso, questionam a acusação do crime de “corrupção privada” – que não existe no Brasil nos mesmos termos em que na Espanha -, além de alegar que a contratação só chegou ao valor de 86,2 milhões de euros por conta de “bônus de contratação”, o que seria comum no mercado futebolístico.
Nesta manhã, Neymar compareceu a um tribunal de Barcelona, onde ficou por duas horas até ser dispensado pelo juiz. O jogador, que atualmente é contratado pelo Paris Saint-Germain, da França, terá que retornar em outra ocasião para prestar depoimento. O julgamento tem previsão para acontecer até o dia 31 de Outubro.
As informações são do G1 e do O Fuxico.