“RENAISSANCE” no metaverso? Teoria explicaria demora nos visuais do álbum em proposta inovadora de Beyoncé; entenda

O “RENAISSANCE” entrou definitivamente para o hall dos álbuns mais misteriosos da história, uma vez que ninguém sabe ao certo o que Beyoncé preparou para o próximo passo de divulgação do material – além da turnê que começará em alguns dias.

Lançado no dia 29 de julho de 2022 – há quase 1 ano -, o “RENAISSANCE” chegava ao público com uma proposta ousada, nunca antes vista no histórico de trabalho de Bey: dividido em três atos, informação que bombardeou a imaginação de fãs do mundo inteiro, principalmente sobre o que poderia conter os atos 2 e 3.

Novas músicas, clipes, turnê, remixes?

Com 16 faixas, Beyoncé recriou a cena house, trazendo com pulso a forte influência preta e LGBTQIA+ dos guetos dos Estados Unidos da década de 90. E não para por aí. Voltando um pouco mais no tempo, nas inspirações, desde a cultura do ballroom até as boates disco/oitentistas que tinham suas pistas de dança dominadas por musas do dance como Grace Jones, Donna Summer, Madonna, Diana Ross e diversas outras. Fãs já eram capazes de imaginar os grandiosos e apoteóticos visuais da texana para a era “RENAISSANCE”, até porque os dois últimos trabalhos dela – BEYONCÉ (2013) e Lemonade (2016) – tem o audiovisual como um dos carros-chefe da experiência.

Mas… todos nós caímos do cavalo de cristal, o mesmo cavalo que carregou a imponência de Beyoncé na arte oficial de seu sétimo disco.

Muito mais que um simples verso, Beyoncé alertou seus fãs e seguidores em, “ALIEN SUPERSTAR“, terceira faixa do disco: “Não perca o seu tempo tentando competir comigo. Ninguém nesse mundo é capaz de pensar como eu penso” e definitivamente, ela não estava fazendo jogos.

Exatamente duas semanas após a estreia do álbum, fãs já estavam ensandecidos e com altas cobranças pelos visuais do “RENAISSANCE”, e eis que Beyoncé solta o teaser oficial do videoclipe de “I’M THAT GIRL“, faixa que abre o disco. O curta mostra os primeiros vislumbres de uma era visual e quando menos se esperava, Bey nos revela um total de 20 frames inexplicáveis, contendo visuais completamente distintos daquele que estava sendo exibido no momento.

A mensagem era clara: “RENAISSANCE” também seria um álbum visual.

A revelação só aumentou a curiosidade dos fãs, mas assim como poeira no espaço, Beyoncé simplesmente DESAPARECEU, deixando como referência apenas sua mais recente obra. Sem fotos, vídeos ou qualquer tipo de informação, a texana apenas presenteou seus fãs com dois remixes inéditos, sendo eles o de “BREAK MY SOUL (THE QUEENS REMIX)“, contendo vocais de Madonna na faixa “Vogue” e “CUFF IT (WETTER REMIX)“, que trazia um novo frescor ao maior hit do álbum de Beyoncé.

Muito se especula sobre a demora no lançamento do trabalho completo de Beyoncé, afinal, o teaser já foi divulgado e se esperava o lançamento em breve. Alguns rumores sugerem que o atraso poderia ser devido a problemas técnicos, mas há também a possibilidade de que a cantora esteja tomando medidas legais para garantir que todos os samples e interpolações utilizados em “RENAISSANCE” estejam devidamente autorizados.

Vale lembrar que Kelis criticou Beyoncé por não ter sido informada sobre o uso de samples de sua voz na música “ENERGY“, extraídos da faixa “Get Along With You“. Os produtores negociaram o uso dos samples sem o conhecimento de Kelis, o que a deixou furiosa. Como resultado, os vocais dela foram removidos de “ENERGY”. Esse episódio levanta a possibilidade de que Beyoncé esteja verificando cuidadosamente todos os samples e interpolações de “RENAISSANCE” para evitar qualquer problema legal.

Embora não se saiba ao certo o motivo da demora no lançamento do trabalho completo de Beyoncé, é importante lembrar que a cantora sempre prioriza a qualidade e a perfeição em suas obras, como boa virginiana que é.

Meses se passaram, prêmios foram chegando e Beyoncé simplesmente se recusava a falar qualquer coisa sobre seu álbum. Muitos dos seguidores da Queen B já davam a era por encerrada, quando Beyoncé anunciou de forma surpresa a “RENAISSANCE World Tour“. Surgia um novo horizonte de esperanças para a beyhive. Como grandes fãs e observadores de cada passo da grande diva, decidimos fazer uma análise minuciosa das teorias e ao mínimo TENTAR entender como funciona a cabeça da Beyoncé: então senta que daqui pra frente, só pra trás!

ATO I – RENAISSANCE

Para começar a entender um pouco o que Beyoncé propôs em seu novo álbum, nada melhor do que começar pelo começo, propriamente dito.  Antes do lançamento oficial, Beyoncé deu uma entrevista exclusiva para a Vogue do Reino Unido, onde aparentemente usou palavras inocentes para descrever sua nova era. Meses depois, após o lançamento do álbum, fãs notaram que as palavras eram uma série de spoilers com nomes das faixas presentes no disco.

Trecho de entrevista para a Vogue UK – Reprodução

Outra ponte chamativa sobre a continuação do projeto também estaria ao nosso alcance, para se mais exato, na 16º faixa do disco, “SUMMER RENAISSANCE“.

Responsável por fechar o álbum, “SUMMER RENAISSANCE” foi construída com pilares de “I Feel Love“, grande sucesso de Donna Summer e Giorgio Moroder. A faixa carrega não só o nome do álbum, como também o sobrenome de uma das maiores artistas disco da história. Entretanto, a última música do álbum representa mais do que aparenta?

O álbum – lançado no verão americano de 2022 – termina sua trajetória com gostinho de “quero mais”, como se alguma nova transição musical fosse acontecer. Traduzida do português, a faixa quer dizer “Renascimento de Verão”. Coincidência ou não, a turnê de Beyoncé começa exatamente no dia 10 de maio, faltando pouco mais de um mês para o início do verão americano (21 de junho de 2023).

ATO II – VISUAIS NO METAVERSO – O “CLUB RENAISSANCE”?

Agora a brincadeira começa a ficar séria! Beyoncé sempre deixou claro que não gosta da cultura volátil e extremamente líquida do consumo de álbuns e singles: artistas acabam se tornando reféns de um comércio desenfreado, fazendo um álbum atrás do outro ou lançando músicas e mais músicas apenas para estar no topo dos charts de maneira rasa. É possível que com o “RENAISSANCE”, a texana queira redefinir esse conceito e é possível que entre para a história mais uma vez?

É importante deixar claro que os visuais EXISTEM! Beyoncé jamais gastaria orçamento para apresentar 20 takes diferentes e divulgar isso apenas para fazer vontade aos seus fãs.

Esperando o momento certo? Regravação de cenas? São uma realidade, mas o cancelamento de 20 curtas não é uma possibilidade plausível.

so what happened to the Renaissance Visuals? - Entertainment Talk - Gaga  Daily

É importante lembrar que Beyoncé tem um estilo de marketing muito particular, em que ela utiliza o gatilho da escassez para criar expectativa em seus fãs. Ao manter a torneira das novidades fechada por um tempo, ela gera ulm buzz em torno de suas próximas criações e deixa seus admiradores imaginando o que vem a seguir.

Um exemplo disso é que todos os vídeos letrados das músicas de “RENAISSANCE” no YouTube apresentam apenas as letras com efeitos diferentes para cada música, sem dar nenhum indício do que Beyoncé está preparando visualmente. Isso tem deixado seus fãs ainda mais ansiosos por novidades audiovisuais, especialmente porque seus últimos trabalhos tiveram uma forte presença de elementos audiovisuais complementares e interativos.

New Music Text GIF by Beyoncé - Find & Share on GIPHY

Antes de tudo, o que é um metaverso, Portal? Metaverso nada mais é que um tipo de mundo virtual que tenta replicar ou simular outra realidade através da tecnologia. É um espaço coletivo e virtual, construído sob os pilares de realidade virtual, realidade aumentada e Internet. Junto aos NFTs, metaversos vem se tornando uma realidade cada vez mais real, já aplicada em shows de Justin Bieber e BLACKPINK. Já deu pra entender aonde queremos chegar né? Mas senta que não acabou.

Muitos não sabem, mas Beyoncé criou o “RENAISSANCE” durante a quarentena imposta pela COVID-19. Durante esse tempo a artista teve um amplo panorama para entender como a sociedade passou a ser dependente da tecnologia, 24 horas por dia, sete dias por semana.

 

 “Criar este álbum me deu um lugar para sonhar e encontrar uma fuga durante um período assustador para o mundo. “RENAISSANCE” permitiu que eu me sentisse livre e aventureira em uma época eu não podia nem sair. Minha intenção era criar um lugar seguro, um lugar sem julgamento, um lugar para estar livre de perfeccionismo e excesso de pensamento. Um lugar para gritar, soltar, sentir liberdade.”

– Beyoncé em sua postagem no Instagram

A COVID-19 privou a sociedade de muitas coisas que eram normais, como ouvir musica com amigos, estar na presença de pessoas, curtir uma boa festa. Semelhante isso, a evolução desenfreada da comercialização de álbuns, um atrás do outro, também privou artistas de exercerem sua criatividade e arte, matou e suprimiu gêneros. Em meio a tudo isso, Beyoncé simplesmente resolve ir contra à maré e reviver a cultura disco, ignorando toda a receita de bolo para o sucesso.

CLUB RENAISSANCE

Muito se ouviu falar sobre “CLUB RENAISSANCE“, mas do que se trata esse tal projeto tão pouco explorado por Beyoncé. Servindo memorias de uma noite no Studio 54, a intérprete de “ENERGY” criou uma espécie de festa imersiva. Na ação, fãs podiam interagir com elementos utilizados na criação da arte de Beyoncé, como por exemplo, o cavalo de vidro usado pela cantora na capa do disco, drinks com nomes das faixas e com sabores que remetem a energia de cada uma. Esse elemento coletivo nós chamamos realidade aumentada e imersão. Isso possibilitou fãs viverem o “RENAISSANCE” bem mais do que apenas o imaginário, agora o conceito também era tangível.

Imagens da festa CLUB RENAISSANCE, em comemoração ao lançamento do álbum

Mas e se o “CLUB RENAISSANCE” fosse mais que uma simples festa e de fato um grande metaverso, criado e completamente imaginado por Beyoncé, um lugar seguro, um lugar sem julgamentos. Isso faz sentido e a Spatial Labs pode ser peça chave na criação desse possível metaverso.

Em 2022, a Vogue revelou que Beyoncé estava trabalhando com uma empresa chamada Spatial Labs, que tem Jay Z e a Tidal como um dos principais apoiadores financeiros. Em uma rápida visita ao site, a Spatial Labs é descrita como “uma empresa de infraestrutura de tecnologia que está alimentando a próxima geração de Realidade Aumentada, Blockchain, Omnicanal e Experiências Imersivas – conhecidas coletivamente como Metaverso.” As chances de o projeto ser exclusivo do serviço de streaming Tidal são grandes.

Porém a Spatial Labs não é a única metida com a Beyoncé. A Vogue também informou que a cantora estava realizando experiências com a The Wave, empresa responsável por experiências musicais interativas e imersivas ao vivo.

A idéia proposta pelos visuais também parecem apontar para um possível metaverso. Com o teaser de “I’M THAT GIRL” e a propaganda de Beyoncé para Tifanny & Co. ao som de “SUMMER RENAISSANCE“, é possível perceber que Beyoncé tem poucas alternações entre as cenografias, idéia pode ser corroborada pelos photoshoots do álbum, dando a imersão de que cada visual representa uma espécie de sala dentro de um grande clube de música, o “CLUB RENAISSANCE”.

 

Photoshoot do “RENAISSANCE”/ Divulgação

 

Videoclipe de “I AM THAT GIRL” / YouTube

 

Possiveis salas do “CLUB RENAISSANCE” / Divulgação

 

Possiveis salas do “CLUB RENAISSANCE” / Divulgação

Vale lembrar que o artista Frederik Heyman criou visualizers para as músicas do álbum. O profissional é o responsável por criar espaços 3D para artistas como Arca – no videoclipe de Prada/Rakata e também o ensaio de Lady Gaga para a PAPER na divulgação do “Chromatica”. 

No de “BREAK MY SOUL” existem possíveis easter eggs sobre esse ambiente imersivo atrás do outdoor, como por exemplo placas neon de “COZY” – música do álbum, o cavalo e uma bota. Levando a mais teorias de que o CLUB RENAISSANCE possa sim ser um complexo festivo não apenas em um único local, mas uma rua inteira onde os fãs possam interagir de acordo com os moods das faixas do já aclamado álbum da diva.  Vale lembrar quea té mesmo a proposta de divulgação incluí uma pegada “metaversica”, uma cidade onde Beyoncé é o próprio outdoor, placas com nomes de suas faixas… Será?

E aí, faz sentido para você?

Sendo no metaverso ou não, os visuais são reais e a demora nos leva a crer que Beyoncé está preparando um projeto ainda maior, mais ambicioso e tecnológico para saciar o desejo dos fãs, para além de uma experiência audiovisual comum que ela já fez nos seus dois últimos grandes retornos solo. E como não podemos falar de Beyoncé sem levar em conta o ponto de vista de negócios, essa experiência com certeza estará atrelada a novas empresas e ideias que capitalizarão milhões de dólares para as contas bancárias dos carters, dando também espaço para que outros artistas façam o mesmo e contribuam para a expansão imersiva do que é consumir música na era da inteligência artificial, unindo o presencial com o digital de maneira sublime. 

E não é para menos…

Beyoncé mudou o mercado fonográfico quando teve o feeling de que as pessoas precisavam relacionar o que estavam ouvindo com o que precisavam ver, materializando através de pixels as inspirações, desejos e anseios de suas músicas, nascendo assim seus álbuns visuais. Ela quer que todos SINTAM o álbum, dando mais uma vez a premissa de metaverso (realidade, imersão e tecnologia).

Na RENAISSANCE TOUR podemos já ver um pouco disso, já que nas turnês FORMATION e ON THE RUN, tecnologia era uma coisa que não faltou, nem deixou a desejar. 

Sabemos que Beyoncé adora sair da curva e caso a teoria seja verdade, ela será a primeira artista da história a expandir a divulgação de um álbum no metaverso pós-pandemia, unindo as atuais tecnologias e inteligência artificial com novas formas de consumo musical de maneira única. 

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