Aíla exalta o pop da Amazônia no álbum “Sentimental”

A música pop da Amazônia pulsa bem dentro da alma em “Sentimental”, terceiro disco de estúdio da cantora e compositora paraense Aíla. Nascida no bairro da Terra Firme, em Belém, a artista traz a música periférica do Norte num álbum que é uma avalanche rítmica – com brega, calypso, brega funk, pisadinha, pagodão – fincada na cultura brasileira. As letras são gostosas e diretas, com refrões chicletes e forte apelo popular. Com direção artística e musical da própria Aíla e um time de produtores de destaque, como Baka, Iuri Rio Branco, Gabriel Souto e Félix Robatto, “Sentimental” tem participações de Rincon Sapiência (SP), Luísa Nascim (RN) e Keila (PA), e chega hoje nas plataformas digitais.

“Neste novo disco, eu quis falar de amor, o tema mais popular de todos os tempos. O amor romântico, o amor doído, o amor debochado. A desilusão, o flerte, as mil facetas que envolvem a emoção e os encontros da nossa existência. Somos complexos e contraditórios, e isso é lindo”, afirma a cantora.

“Foi um ano denso e muito maluco pra mim e acho que pra todo mundo. Em paralelo a tudo isso, imergi profundamente na vontade de me conectar ainda mais com as pessoas, ir lá no fundo mesmo, entender o que o povo gosta de ouvir, o que as pessoas curtem acordar dançando e ir dormir chorando. Onde eu nasci, na periferia de Belém, a gente ouve carro-som no mais alto volume, fim de semana é o som torando com muito brega, lambada, e as festas de aparelhagem rolando soltas com o tecnobrega mais acelerado do que nunca. ‘Sentimental’ tem muito dessa música periférica, que nasce nas bordas do país, e também dos sons que ditam a música pop. O resultado é um disco dançante, vibrante, bem amazônico, bem brasileiro”, revela.

Aíla quer seu novo álbum na boca do povo. Por isso fez esse disco com a cara do Brasil. “Eu quero mostrar, cada vez mais, que o som da Amazônia é pop também, e pode tá no topo da música brasileira”, diz a artista. ‘Sentimental é popular, traz emoções à flor da pele, e é exatamente aí que a gente se conecta”, acredita. “Quero que as canções grudem na cabeça das pessoas e que todo mundo possa cantar junto comigo”, deseja.

A capa do disco é uma obra de arte à parte, tão especial quanto o som. A identidade visual (design) é assinada pelos artistas paraenses Roberta Carvalho e Lucas Mariano, a direção criativa do ensaio fotográfico é feita por Vitor Nunes, com foto de JR Franch, ambos da Região Norte também. Nela, a cantora aparece flechada num look rosa cintilante, digno de uma musa pop. Aíla acredita que a criação da imagem de um álbum merece tanta dedicação quanto à produção musical, por isso uniu uma equipe potente e majoritariamente amazônida, juntos fizeram a leitura perfeita para o conceito visual do novo trabalho. “Assim como a gravação de uma música, uma imagem envolve também muitas camadas. Sempre fui muito ávida em ter parceiros que me ajudassem a reverberar através da imagem o que eu queria dizer com o meu som”, afirma.

E assim aconteceu. Tanto na capa quanto no conteúdo, Aíla entrega um álbum caprichado e super pop. “A maioria dos ícones super pops no Brasil, quando são mulheres, são mulheres que super afirmam a sua heterosexualidade. E quando eu me posiciono como mulher lésbica ainda existem portas que se fecham ou que te colocam numa caixinha, como se uma artista lésbica só pudesse cantar canções sobre questões de gênero”, reividica a artista. “Meu som é pra todo mundo, aberto pra todo tipo de gente, e com este novo disco, mostro que uma artista LGBTQIA+ pode sim cantar para todos os públicos”, conclui.

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