Os fãs de Beyoncé puderam ouvir, ainda em fevereiro, uma prévia do que a cantora está reservando para o sexto álbum de estúdio de sua carreira.
“Formation” foi muito mais que apenas uma canção que promoveu a sua turnê mundial. A música faz uma dura crítica sobre como a sociedade norte-americana veio tratando a população negra nos últimos anos, unindo com calamidades e descasos que aconteceram ainda no movimento e abriram ainda ‘feridas’ de diferenças raciais. Em entrevista para a ELLE, a cantora falou um pouco mais sobre a música, além da polêmica da canção, tanto por pessoas que achavam que ela estava apenas se promovendo ou pelos próprios policiais que se sentiram ofendidos com algumas mensagens visuais da produção.
Bey negou que quis ofender os profissionais da segurança dos Estados Unidos, afirmando que a “boa arte é mal interpretada”.
“Bem, eu sou uma artista e acho que a arte mais poderosa é aquela que é mal interpretada. Mas qualquer um que viu meu vídeo deve saber que em nenhum momento sugeri uma mensagem anti-policiais. Eu tenho uma grande admiração e respeito pelos nosso oficiais e também suas famílias, pois muitos deram suas vidas para nos manter seguros. Mas vamos ser claros: Eu sou contra a brutalidade policial e também a injustiça. São duas coisas diferentes. Se celebrar minhas raízes e minha cultura fez alguém se sentir desconfortável, esses sentimentos negativos são alimentados por essas pessoas muito antes do vídeo ser lançado. Estou muito orgulhosa deste trabalho e também orgulhosa dos questionamentos que quis trazer à tona de uma forma positiva”, afirmou.
Cantora também falou sobre rótulo de feminista:
“Eu coloquei o discurso da Chimamanda em ‘***Flawless’ não para propaganda pessoal ou para anunciar ao mundo que sou feminista, mas para dar clareza ao verdadeiro significado. Eu realmente não sou a dona da verdade sobre o assunto mas acho que é muito simples. É alguém que acredita em direitos iguais para ambos os sexos. Eu acredito que existem questões e problemas sobre a expressão sexo oposto ao masculino, pois se você é pai e acha que sua filha merece os mesmos direitos de garotos, você é feminista. Precisamos de padrões igualitários, precisamos ter uma conversa séria sobre isso. ‘Você quer que sua filha receba 75 centavos ao invés de 1 dólar por direito?’. O que você acha que a resposta deve ser? Quando falamos em direitos iguais, há questões que deixam a mulher em desvantagem. É pra isso que quis trabalhar em organizações, porque eles entendem que o mundo precisa de políticas públicas plausíveis para educação, saúde e saneamento em todo o planeta, e isso afeta diretamente também como os homens e as mulheres vivem. Trabalhar para fazer as desigualdades irem embora é ser feminista e o mais importante, isso me faz acima de tudo, humanista”