​RoB ​lança versão de clássico dos anos 60 da Motown

O universo RoB é vintage, psicodélico e livre. E hoje,  a cantora e compositora pernambucana dá mais uma amostra dele, disponibilizando o single “Set me free”. A faixa é uma releitura de “You Keep Me Hangin’ On” – composta nos anos 60 pelo trio Holland-Dozier-Holland, principal time criativo da lendária gravadora americana Motown – e faz parte do álbum de estreia da artista com previsão de lançamento em setembro. 

RoB_foto Rafaela Amorim

A versão, única do disco de composições autorais, surgiu uma ano antes de RoB começar as composições dele. “Ela está no meu repertório de releituras e faz parte do início desta trajetória. Além disso, esta música entra totalmente na narrativa do meu trabalho autoral e eu gosto demais dela”, vibra. 

Para o lançamento, RoB decidiu mudar o nome da música. Durante o processo das gravações, começou a se referir à ela como “Set me free”. “Essa é para mim a mensagem mais forte, exatamente onde bate em mim. É um título que diz mais sobre como essa faixa aparece dentro do meu repertório” justifica. 

“Set me free” tem produção assinada por William Paiva, parceiro de RoB na construção deste primeiro disco, que antes mesmo de chegar completo, já demonstra a autenticidade  no som da pernambucana que ecoa ritmos jamaicanos com pitadas de psicodelia. E para entender mais sobre sua musicalidade, vale muito à pena um passeio nas outras três faixas lançadas por ela nos últimos meses: “Nada lá fora”, “Outra” e “My tree”. 

Para ela, o som que alguém produz acaba sendo a união das suas influências musicais com sua parte envolvida. “ Com seu coração, sua experiencia de vida, seu ritmo. Tenho referências muito diversas e ouço muito soul, R&B, ritmos jamaicanos e músicas em geral dos anos 60/70. Adoro os timbres sujos e ao mesmo tempo gosto das batidas eletrônicas e das possibilidades que produzir com sintetizadores e gravadores digitais traz. Talvez esse mix crie um som interessante”, acredita.

RoB é um dub de Roberta. A referência aos sons jamaicanos são o portão de embarque para a sua música. Mas, RoB também passeia por outros ambientes sonoros: eletrônicos, urbanos,  brasileiros, do mundo. De hoje e de sempre.

Cantora desde menina, RoB enfim mergulhou no sonho. Aos vinte e poucos, foi estudar design na Califórnia, alimentar outra paixão. Mas, em vez de afastar-se da música, o design trouxe uma compreensão mais visual do som. E a ideia de ter uma banda ficou martelando na cabeça, como um loop.

De volta ao Recife, sua cidade natal, montou o King Size, um soundsystem que misturava roots reggae com sintetizadores, muita fumaça e muito delay. A banda desligou, RoB seguiu. Estudou canto, interpretação, separou um repertório com todo carinho e subiu no palco de novo. Dessa vez, sozinha. E para brilhar.

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